Esteve tremido, bem tremido, mas acabou com selo de classe. O Benfica foi à Grécia corrigir o resultado da primeira-mão, ainda sofreu um bocado, mas demonstrou maior experiência, traquejo e qualidade. O suficiente para seguir para a fase de grupos e para encher os cofres.
Jardel deu o mote de cabeça, Salvio bisou de penálti e Pizzi fez mais um neste início de época goleador e assim o Benfica passou da derrota à goleada.
Não pense, caro leitor, que o 1x0 foi fruto do acaso e que os primeiros 19 minutos não tiveram o resultado merecido. Houve muito má entrada do Benfica, escaldado com bola, ansioso e desconcentrado - veja-se a passividade no lance do golo, um livre que resultou em três passes de primeira até Prijovic encostar.
E, não sabendo se houve real influência ou não, a equipa pareceu algo afetada pelo ambiente que Rui Vitória fez questão de desvalorizar. Foi, portanto, um péssimo arranque da águia, sobretudo porque houve um comprometimento coletivo notável por parte do conjunto grego.
Se foram 19 minutos de grande preocupação na alma benfiquista, bem mais temperadas ficaram as emoções quando, contra a corrente do jogo, Jardel se elevou muito bem após um canto de Pizzi e cabeceou para o empate. Uma dose de água fria no escaldante Toumba e uma injeção de confiança para a equipa de Rui Vitória.
🔴Benfica volta a marcar 4 ou mais golos fora de casa na UEFA:
— playmakerstats (@playmaker_PT) 29 de agosto de 2018
2018 vs 🇬🇷PAOK [1-4], Champions (Play-off)
1994 vs 🇩🇪Leverkusen - E 4-4, Taça das Taças pic.twitter.com/5kTc0N3Qld
E rapidamente o cenário mudou. Pouco depois, um erro infantil do guarda-redes do PAOK permitiu a Salvio dispor de uma grande penalidade. Se dúvidas existiam de que os deuses estavam com o Benfica, essas dissiparam-se no remate do argentino, a bater no poste e na malha lateral oposta.
Tudo mudou. Ficaram à vista os problemas do PAOK, uma equipa individualmente muito inferior aos encarnados e com a menor experiência a traduzir-se em vários erros muito bem aproveitados pelo conjunto português.
Sim, porque as falhas do adversário não se devem excluir da boa capacidade encarnada de as aproveitar. Exemplo perfeito foi o terceiro golo, num excelente movimento pelo corredor esquerdo com toques rápidos, velocidade e muita capacidade de decisão. Ou no quarto golo, já na segunda parte, após penálti incompreensível de Varela, a agarrar Jardel até à queda.
50 minutos de jogo e o 1x4 sugeria que estava tudo resolvido.
#PFCSLB | 1-4 | 📸 @totosalvio8 vs. Paschalakis, Round 2. ⚽️ #UCL pic.twitter.com/oQJUw7vsNH
— SL Benfica (@SLBenfica) 29 de agosto de 2018
No que faltou jogar, o Benfica esteve sempre mais confortável. Ainda assim, a equipa de Rui Vitória foi pouco capaz de dar boa sequência a vários lances de contra-ataque onde podia avolumar ainda mais o resultado.
Nesse período, é justo dizê-lo, foi o PAOK quem esteve mais próximo do golo, só que o desacerto e um belo Odysseas mantiveram o resultado num 1x4 muito saboroso (e endinheirado) para as águias.
Foi, acima de tudo, um Benfica de cabeça fria e um PAOK de cabeça quente, a acabar reduzido a 10.