Começou difícil, pareceu ficar fácil, acabou em pesadelo para o FC Porto. Pareceu mais do mesmo, mas afinal era uma incrível e histórica vitória a que estava reservada para a equipa de Luís Castro. De 2x0 para 2x3, os vimaranenses saíram do Dragão com os primeiros pontos da época e esvaziaram o balão à mercê do FC Porto para voar para a liderança.
Estava difícil, a tornar-se complicado, a ficar apertado. Ainda era primeira parte, mas Sérgio Conceição já tinha Marega (regressou, mas ficou no banco), Corona e Óliver a aquecer, tudo porque furar a organização de um Vitória SC a querer mudar o destino não estava a ser uma tarefa concluída com êxito.
Já tinha passado mais de meia hora, de domínio portista, mas distante do último terço. Houve um remate de Herrera para defesa vistosa de Douglas, também um cabeceamento de Felipe numa bola parada (igualmente Douglas a parar), só que alguma apatia de vários elementos, incapazes de dar linhas de passe em profundidade a Herrera (o único a quem não era feita pressão no momento de posse), impedia que se visse o habitual sufoco de que os adeptos tanto gostam.
Estávamos no minuto 37 e até ao intervalo os vimaranenses precisavam de suster a armada portista, só que esta empolgou-se com o golo e aproveitou a necessidade de ajustes do adversário (João Carlos Teixeira passou a terceiro médio) para pressionar até chegar ao 2x0, da autoria de André Pereira. Muitos protestos vitorianos, já que houve fora de jogo, mas um resultado que pouco dava de esperanças para o segundo tempo.
Ou, falando na perspetiva portista, um 2x0 que significava que muito dificilmente os três pontos fugiriam, bem como o aproveitamento máximo do empate no dérbi de Lisboa.
Totalmente enganadora essa perspetiva, pois de Guimarães vieram pilhas extra, prontas para uma segunda parte que começou com a lesão de Brahimi e... consequente apagão portista.
Incapaz de fluir jogo no último terço, com Herrera e Sérgio Oliveira macios para a maior agressividade do meio-campo contrário, o conjunto portista mostrou depois estranha incapacidade defensiva para fazer face a um Vitória que, tire-se-lhe o chapéu, foi brilhante.
Atónito e já sem substituições (Corona também saiu lesionado), Sérgio Conceição tentou que a alma da equipa se revigorasse, mas, com alguma sorte à mistura (há dois lances nos descontos em que a bola não entra por milagre), o Vitória concretizou um triunfo absolutamente inesperado e que significou a primeira derrota de Conceição em casa para a Liga portuguesa. E lá se foi o lucro do dérbi...