O Estádio Cidade de Coimbra foi este domingo palco de um jogo pouco entretido, apenas bem disputado a espaços e com duas equipas ainda com pouco andamento (menos de um mês de preparação...) que tinham como objetivo encontrar o Feirense daqui a uma semana, acabando por sorrir a lotaria dos penáltis ao Leixões (4x3 na lotaria). Ricardo Dias, no penálti decisivo, acertou no poste e os matosinhenses acabaram por levar a melhor...
Praxe (o famoso Canelão) a Peçanha e Reko, Balada de Coimbra como som de fundo, equipas no relvado... Estava aberta a temporada oficial de Académica e Leixões - dois históricos do nosso futebol - com a primeira fase da Allianz Cup, nova denominação da Taça da Liga.
A Académica apresentou-se com uma base muito importante da época passada. Apenas três dos titulares foram reforços (Peçanha, William e Reko) e a química da equipa de 2017/18 foi-se notando. Carlos Pinto foi obrigado a adaptar o médio Ricardo Dias ao centro da defesa - por impedimentos de diversa ordem –, colocou o coreano Ki como falso ala esquerdo, num 4x4x2 que tinha o irrequieto Marinho e o possante Djoussé como homens mais avançados. Do outro lado, Filipe Gouveia, de regresso a Coimbra, apresentou uma mistura de caras novas e de repetentes da época passada, mas com uma equipa que ainda pode crescer bastante com as ideias do jovem técnico.
Mas nem estas questões técnico-táticas convenceram na primeira parte. Apenas duas das bancadas do Estádio Cidade de Coimbra foram abertas para este jogo inaugural da época da Briosa e não fossem as claques das duas equipas, com os seus incansáveis cânticos de apoio, qualquer espectador teria tido dificuldades em não adormecer.
O jogo estava muito dividido e disputado a meio campo, com sinais evidentes de início de época. E apenas ao passar do quarto de hora, depois de uma fase de adaptação da Briosa, surgiram os primeiros momentos de frisson na área de Tony. Dois lances com o mesmo protagonista e com a mesma silhueta: Nélson Pedroso e as bolas paradas. Primeiro, o livre do lateral foi desviado pela defensiva contrária e assustou o guardião do Leixões; depois, foi o canto direto de Pedroso que colocou Tony à prova.
Daí até perto do intervalo... a monotonia do meio-campo. Bola para cá, bola para lá, pelo chão, pelo ar, Académica um pouco melhor... e nada de oportunidades de verdadeiro perigo. Essa apenas chegou aos 43', quando Traquina rematou à figura de Tony, depois de bom trabalho de Djoussé na área da equipa nortenha.
Dupla substituição antes da hora de jogo para o Leixões, depois da hora de jogo para a Académica. Os técnicos bem tentavam mexer com o jogo, mas a tarefa não parecia nada fácil. As ideias, em ambos os lados, estavam notoriamente na cabeça dos atletas. Mas a fase inicial da época não ajudou em termos físicos, algo que se foi acentuando ao longo da segunda parte.
As ocasiões eram poucas ou nenhumas - tal como na primeira parte -, o cronómetro ia aproximando-se dos 90', e o fantasma dos penáltis ia pairando no Calhabé. O Leixões estava melhor na sua generalidade, mas era a equipa da casa que ia criando as oportunidades de perigo, mais assertivamente perto da área dos Bebés do Mar. Até o lateral Mike tentou a sua sorte, após passe em profundidade de William, mas sem sucesso...
O nó tardava em desatar. O placard do Cidade de Coimbra marcava 75 minutos e um 0x0, que cada vez mais parecia ser o resultado final. Até que as equipas quiserem mostrar os últimos cartuchos. O Leixões estava mais confortável na área contrária, a Académica respondia como podia, sempre com as perigosas bolas paradas batidas por Nélson Pedroso na ordem do jogo, e sempre com o contra-ataque bem presente no jogo da equipa de Carlos Pinto. E foi num desses lances que o Calhabé se levantou a pedir penálti, por clara - mas acidental - mão do defesa leixonense. Seguiu jogo e apesar do forcing academista foram os penáltis que decidiram o adversário do Feirense na segunda fase...
E no desempate por penáltis, a quem muitos adeptos chamam de lotaria, também ninguém parecia querer marcar... Os primeiros quatro foram falhados/defendidos (Bura, Luís Silva, Djoussé e Nélson Pedroso), mas no fim acabou por ser mais forte o Leixões, após Ricardo Dias acertar no poste no penálti decisivo. 4x3 para o Leixões nos penáltis e segue-se o Feirense na Taça da Liga.
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