Numa extensa entrevista à Sporting TV, José Peseiro analisou as primeiras semanas de trabalho neste regresso ao Sporting, abordando as ideias para a equipa leonina e deixando um pedido de paciência aos adeptos do clube verde e branco, num período que reconhece ser complicado, recordando também a sua primeira passagem pelo clube de Alvalade.
José Peseiro Sporting 2004/2005 |
Já passaram 14 anos desde a primeira passagem de Peseiro por Alvalade. O tempo passou e o treinador também mudou.
«Não sou o mesmo treinador. A filosofia continua, mas ninguém é a mesma coisa de 2004 para 2018. Continuo a emocionar-me por um bom futebol. Jogando melhor é mais fácil vencer. Tenho noção que em 14 anos evolui. Percebo que o futebol tem os seus momentos. Houve um momento no Sporting, estamos agora noutro momento, mas temos a mesma ilusão. Reconheço que houve coisas que fiz menos bem. Na abordagem de jogo fomos das equipas que marcou mais golos na Europa, mas pela espetacularidade expusemo-nos de mais. Em termos mais marcantes é o que queremos fazer melhor. Queremos ser uma equipa espetacular, mas corrigindo a transição defensiva para melhorar a eficácia da qualidade de jogo que queremos apresentar», explicou.
Peseiro utilizou várias vezes a palavra «estabilidade», pedindo tempo e paciência aos adeptos leoninos para que o clube consiga evoluir.
«Não é um desafio fácil face ao momento conturbado nos últimos tempos. Tive algum tempo para pensar no contexto que ia encontrar. O importante, neste momento, é ter estabilidade, confiança e serenidade nas decisões para o futuro do Sporting. Não começamos na linha de partida de todos os adversários da Liga, mas reconhecemos que temos potencial, temos uma história muito grande, uma estrutura muito forte, e os jogadores têm um potencial que nos permite pensar que conseguimos fazer coisas muito boas», atirou.
«Na minha primeira passagem utilizámos preferencialmente o 4x4x2 losango, porque se adequava aos jogadores que tínhamos na altura. O sistema nunca pode ser rígido. Haverá uma estrutura base, um plano B e estas vão ser determinadas quando tivermos o grupo fechado. Depende que avançados e médios vamos ter para tomar as decisões finais. O Sporting terá de passar 80 por cento do tempo do jogo em domínio e posse, mas, para sermos uma grande equipa, também temos de ser fortes em transição ofensiva e equilibrada a defender. Só assim poderemos ser fortes em todos os momentos do jogo», contou.
«Podem esperar de nós aquilo que o clube exige: entrega. Queremos ganhar todos os jogos, mas para isso é preciso ser muito profissional e muito responsável. Há que ter confiança e acreditar no trabalho de todos. Tenham paciência e deixem as desconfianças de lado».