Poucos se lembrarão, daqui a uma década, quem foi o terceiro classificado do Mundial 2018... Na partida que ninguém quer jogar, a Bélgica foi mais forte e bateu a Inglaterra, por 2x0, alcançando o pódio. Depois de um jogo com oportunidades para as duas equipas, a qualidade e a arte dos belgas fez a diferença, com Hazard e De Bruyne a consagrarem-se como dois dos melhores das últimas semanas.
Para os ingleses, fica a certeza que nem a medalha de bronze regressa a casa. Mas Southgate e os seus pupilos têm lugar marcado no coração de qualquer britânico que se preze. Poucos poderiam projetar um quarto lugar, e há toda uma nova geração à espreita.
Com algumas mudanças nos respetivos elencos iniciais, Bélgica e Inglaterra começaram a partida libertos de grandes pressões e, por isso, sem receios de assumir as rédeas da partida e arriscar em todas as ações. Numa das primeiras jogadas, o relaxamento conduziu a algum espaço concedido pela defensiva britânica, impotente para travar o cruzamento de Chadli e a finalização de Meunier.
Em desvantagem, a seleção inglesa assumiu mais os comandos da partida, não conseguindo, contudo, ter a criatividade necessária para ultrapassar uma defensiva belga concentrada e pressionante, no momento certo. Mesmo tendo menos bola, a classe de Hazard e De Bruyne, aliada com a inteligência de movimentos de Lukaku, foi o suficiente para que a Bélgica, por mais um par de ocasiões, tivesse ficado perto do segundo golo.
🇧🇪Bélgica no Mundial 2018:
➡Melhor classificação de sempre (3.º lugar)🔝
➡Edição em que marcou mais golos (15)🔝
➡Edição com mais vitórias (6)🔝 pic.twitter.com/Km1QwnSurr
— playmakerstats (@playmaker_PT) 14 de julho de 2018
Do outro lado, muita bola e pouca uva. A seleção de Southgate, sem o mesmo toque e a criatividade de Lingard e Alli, sofreu para furar a defensiva contrária, com Sterling a demonstrar, novamente, dificuldades para oferecer criatividade e soluções diferentes ao jogo atacante da equipa. Kane esteve sempre disponível para jogar com a equipa, tendo criado a única real chance dos três leões. Era preciso bem mais, portanto.
Southgate, tendo em conta as mudanças ao intervalo, não gostava do que via. Rashford e Lingard foram chamados para o jogo e o futebol inglês ganhou outra alegria e criatividade no último terço. As oportunidades não foram muitas, num recomeço mais pressionante dos britânicos, mas sentia-se uma Inglaterra capaz de chegar ao empate.
A Bélgica, com menos agressividade na zona intermediária e remetida para um bloco baixo, ainda criou um par de lances perigosos, com Lukaku a desperdiçar duas assistências primorosas de De Bruyne. Ao não ser lesta na finalização, a Bélgica arriscou e colocou-se a jeito da reação britânica, cada vez mais forte e alicerçada, sobretudo, na capacidade de cruzamento de Trippier e no jogo aéreo de Maguire, uma das bandeiras britânicas deste Mundial.
Passado o sufoco, De Bruyne, agora acompanhado por um bem mais criativo Mertens, se tivermos como termo de comparação Lukaku, construiu mais um par de transições perigosas, com o segundo golo a surgir com naturalidade, por intermédio de Hazard, a aproveitar uma abordagem deficiente de Jones. O mais justo e natural fim, depois de tantos bons momentos oferecidos pelo feiticeiro do Chelsea ao longo das últimas semanas.