Chegou a hora do jogo de uma vida. Após 63 partidas e quase um mês de competição, o planeta futebolístico está a horas de distância de descobrir o novo campeão do Mundo. Muita coisa aconteceu pelos relvados russos. Por estes dias, houve lugar a surpresas, eliminações precoces, muitos autogolos, a bola parada como momento importante e uma final inédita, com direito a estreia para um dos participantes.
Depois da geração de Zidane, e com ainda o fantasma de Éder a pairar, a nova fornada de talento gaulês vai tentar conquistar o segundo título mundial. Pela frente, a equipa de Deschamps terá a Croácia, um coletivo a viver o seu segundo grande momento de aura a nível futebolístico, com um génio pronto a fazer aquilo que poucos podem sequer sonhar: conquistar, em pouco mais de um mês, os dois títulos mais importantes no desporto-rei.
Em relação à final disputada no Stade de France, há dois anos atrás, esta França não tem apenas um conjunto mais vasto de soluções. A equipa de Deschamps é, hoje, um coletivo mais seguro, consistente e fiável, especialmente na zona intermediária. Criticado nos últimos tempos, Paul Pogba tem sido decisivo no equilíbrio tático da equipa, com Kanté a ganhar o melhor amigo para guardar o meio-campo gaulês.
Se a solidez a meio passa como um vírus positivo para o quarteto defensivo, um dos mais fiáveis de toda a competição, ela também permite que a equipa tenha em Griezmann e Mbappé dois elementos apenas preocupados em criar o jogo ofensivo da equipa, muitas vezes, até, a apenas finalizá-lo, dada a objetividade patenteada pelos vice-campeões europeus.
O avançado do Atlético, mais habituado a estas andanças, tem sido igual si próprio, conduzindo, de forma inteligente, os ataques da sua equipa, tal como em 2016, mas em Les Blues começa a surgir uma figura pronta a marcar o presente e o futuro do jogo. Mbappé tem brilhado e será, seguramente, uma seta apontada à baliza de Subasic, antigo colega no Principado.
Não é exagerado começar por abordar a seleção da Croácia centrando a análise em apenas um jogador. Pelo que fez, pelo quem tem feito nos últimos anos no Bernabéu, Modric é a alma da sua seleção. O planeta futebolístico já olha para a Bola de Ouro, mas o centrocampista croata, independentemente do possível prémio, já garantiu um lugar muito especial nesta competição, sendo criativo, inteligente e decisivo para o futebol ofensivo da seleção que representa.
Claro que, sozinho, o jogador do Real não chegava para todas encomendas. Por isso é justo reconhecer que estamos perante um dos grandes conjuntos deste Mundial. A Croácia teve algumas dificuldades nos jogos em que era marcadamente favorita, mas mostrou uma classe fora do comum perante rivais mais poderosos. Na meia-final, depois de 45 minutos iniciais pouco pujantes diante da Inglaterra, a seleção do Leste Europeu foi a tempo de dar uma demonstração inequívoca de força.
Na frente de ataque, mora uma espécie de surpresa (Rebic) e uma confirmação (Perisic), com a última a provar ser uma espécie de talismã nos grandes torneios para a seleção croata. Mas é na defesa que as maiores dúvidas subsistem, especialmente atendendo à qualidade dos oponentes no jogo decisivo. Strinic vai precisar de superação, ajuda e uma pontinha de sorte para travar Mbappé.
Dados lançados para o jogo dos jogos. 32 seleções tiveram direito a sonhar, mas apenas duas têm a possibilidade de discutir o título mais importante de todos.
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França | Croácia | |||
8 | 10 | Golos marcados | 12 | 7 |
7 | 4 | Golos sofridos | 5 | 8 |
6 | Jogos | 6 | ||
7 | 3 | Golos Marcados | 2 | 8 |