Os belgas francófonos chamam-lhe «petite finale», ou «pequena final». É tudo perspetiva: pequena porque há maior, sim, mas só grandes aqui chegam. Um jogo que é uma amálgama de sentimentos: desilusão por não estar em Moscovo, orgulho por lutar pelo pódio. Um jogo em que a qualidade dos intervenientes poderá bem estar em igualdade de importância com os níveis de fadiga e os níveis motivacionais.
Conseguindo ultrapassar as desilusões das meias-finais, Bélgica e Inglaterra têm aqui uma oportunidade histórica; os belgas em particular, porque uma vitória significaria o melhor desfecho de sempre em Campeonatos do Mundo. Já para os ingleses, campeões do mundo em 1966, seria o segundo melhor resultado da história.
Derrotadas em jogos semelhantes a este em 1986 e 1990, ambas as equipas tentam ignorar os fantasmas do passado e trazer o bronze da Rússia. Não é dos terceiros que reza a história, mas o palmarés já ganharia mais um motivo de orgulho para os adeptos e aumentaria um pouco os níveis de decibéis na receção aos jogadores em solo belga/inglês.
Passaram-se duas semanas desde que as equipas se encontraram na fase de grupos, então num jogo de muitas poupanças. Foram duas semanas tão intensas quanto imaginável, com três partidas a eliminar para cada equipa e, para a Inglaterra, com dois prolongamentos e um desempate por penáltis. As pernas estão cansadas, é inevitável, pelo que Roberto Martínez e Gareth Southgate terão de encontrar o equilíbrio entre a frescura física e a garantia de uma equipa suficientemente forte num duelo de alta exigência.
Diz a história que os duelos de atribuição do terceiro lugar resultam em golos, muitos golos. Venham eles, venha o espetáculo do Mundial, pela penúltima vez.