Apuramento passou a ser uma mera formalidade

Assunto praticamente resolvido no que toca ao apuramento: só um milagre evita que a Bélgica fique apurada para os oitavos de final do Mundial. A formação belga somou seis pontos depois de golear a Tunísia por 5x2. Sem uma exibição condizente com o resultado, no que toca ao volume ofensivo, a Bélgica aproveitou os imensos erros cometidos pela seleção tunisina para vencer o encontro. 

Lukaku bisou, fez história, e igualou Cristiano Ronaldo na lista de melhores marcadores (quatro golos). Para a Tunísia a prova pode estar perto do final (basta a Inglaterra pontuar), restando apenas o último jogo do grupo, frente ao Panamá.

Era impossível não aproveitar tantos erros!

Bélgica e Tunísia encaravam esta partida com estados de espírito completamente distintos. Para a formação africana esta era uma final e os tunisinos sentiram em demasia a pressão desta partida. Demasiados erros defensivos foram entregando a partida aos belgas, que nem tiveram muitos períodos de superioridade, mas que souberam aproveitar os inúmeros os maus momentos da seleção de Nabil Maalou.

Moralizada pela vitória diante do Panamá, a Bélgica entrou melhor e soube aproveitar a desconcentração tunisina, visível logo no primeiro minuto de jogo. Lukaku não conseguiu converter, mas pouco depois os belgas já festejavam o primeiro quando Hazard converteu uma grande penalidade cometida sobre si próprio. Um erro desnecessário do defesa africano, mas que não foi caso único.

Bronn marcou e depois saiu lesionado ©Getty / Kevin C. Cox

A juntar aos erros defensivos, a Tunísia sentiu problemas físicos... na defesa. Bronn saiu lesionado no joelho e mais tarde foi Ben Youssef a abandonar a partida. Contrariedades atrás de contrariedades antes do intervalo, mas ainda houve tempo para mais. Ali Maâloul voltou a cometer um erro disparatado, entregando a bola a Munier e Lukaku bisou. 

Tranquilidade e os oitavos ali tão perto

A Bélgica chegava ao intervalo com uma vantagem confortável e com o apuramento no bolso, numa primeira parte em que, ainda assim, foram visíveis fragilidades defensivas na formação de Roberto Martínez - muita facilidade para a Tunísia entrar no lado esquerdo belga. Sem grandes momentos, os belgas controlavam muito por culpa dos erros da formação africana, que até apareceu com qualidade na fase ofensiva.

Tal como no jogo com o Panamá, a qualidade dos jogadores belgas também foi fazendo a diferença - algo visível no passe espetacular de De Bruyne para a bela finalização de Hazard no momento do 4x1. Com o resultado mais que decidido e o jogo controlado, a Bélgica aproveitou para descansar algumas das suas principais figuras, que têm feito a diferença neste torneio.

O encontro arrastou-se lentamente para o seu final e a única indefinição acabou por ser mesmo a possibilidade de Batsuahyi marcar ou não um golo. O avançado do Dortmund entrou e andou por todo o lado à procura de deixar a sua marca - na primeira tentativa um defesa tirou em cima da linha, na segunda atirou à barra e na última o guarda-redes tunisino fez uma defesa espetacular -, tendo marcado na quarta tentativa, a cruzamento de Tielemans.

Já nos descontos, Khazri ainda reduziu, mas a vitória belga já não fugiu. O Mundial para a Tunísia pode estar a chegar ao fim, depois das duas derrotas nos dois primeiros jogos - basta um empate para a Inglaterra confirmar o apuramento. A formação africana terá de aprender com os seus próprios erros para a próxima competição.