*com Ricardo Lestre
Michael Essien, recorda-se? Apostamos que sim. O médio ganês que entre 2005 e 2012 serviu ao mais alto nível o Chelsea - de José Mourinho e não só -, encontra-se livre no mercado e estaria preparado para assinar contrato com os romenos do Cluj. Tudo parecia bem encaminhado quando o técnico, Edi Iordanescu, decidiu «chumbar» o negócio. A decisão teve como base a idade do jogador, que vai completar 36 anos em dezembro, e a desconfiança em torno da sua condição física.
Do estrelato para as profundezas do (quase) anonimato. As voltas e reviravoltas na vida de um futebolista são muitas, e Essien que o diga. Formou-se no Liberty Professionals, emblema do seu país natal, e entrou pelas portas da Europa através do Bastia. Realizou três temporadas a um nível surpreendente, até que o Lyon decidiu apostar na sua contratação. O rendimento impressionante valeu-lhe dois campeonatos e duas Supertaças e, obviamente, um bilhete de longa estadia em Stamford Bridge.
Em 2012/13, e já depois de duas temporadas fustigadas por lesões graves, rumou ao Real Madrid de um velho conhecido. A relação com José Mourinho era de tal forma impressionante que o Special One chegou mesmo a admitir que deixaria, sem qualquer entrave, os seus filhos ao encargo de Essien.
Durante a temporada, o internacional pelo Gana disputou um surpreendente total de 35 jogos, marcou ainda dois golos, mas viria abandonar o clube na época seguinte. A partir desse momento, a carreira de Essien caiu a pique.
Seguiu-se um regresso pouco famoso ao Chelsea, de onde saiu para Milão. Com as cores do AC Milan, o protagonismo foi nulo, tendo em conta que disputou 22 jogos e muito poucos deles como titular. Duas épocas depois, rumou ao campeonato grego para envergar as cores do Panathinaikos. Uma aquisição de peso para um emblema que procurava encerrar a hegemonia de um implacável Olympiacos.
A passagem, como em tantas outras, ficou fortemente marcada pelas lesões e Essien não conseguiu justificar o investimento feito. Abandonou Atenas com 14 jogos disputados.
Em 2017, abraçou um destino, no mínimo, exótico. Ora, a maior novidade na carreira deu-se com a chegada ao Persib Bandung, conjunto da primeira divisão da Indonésia. Juntamente com Carlton Cole - outro jogador que saiu, de forma, insólita do clube -, Essien liderou uma equipa disposta a lutar pelo título de campeão.
De forma sincera, digamos que valeu... pela tentativa. O Persib terminou em 13º lugar no campeonato, mas Essien desempenhou o seu papel, com 29 jogos realizados e cinco golos marcados.
Quando tudo fazia prever uma renovação quase certa... o presidente emblema indonésio decidiu efetuar uma mudança radical. Michael Essien acabou mesmo por ser dispensado, na temporada finda, porque na equipa já constavam quatro jogadores estrangeiros, o máximo permitido pelos regulamentos da Liga.
Sem destino aparente, tentou a sua sorte na primeira divisão romena. O Cluj, que, numa primeira instância, parecia uma luz ao fundo do túnel, fechou, a «sete chaves» a porta e deixou a carreira do médio, uma vez mais, à deriva.
Michaël Kojo Essien, internacional ganês por 58 vezes e outrora um dos melhores médios defensivos no mundo do futebol. As voltas que a vida dá...