Tanta desconfiança para no fim acabar em goleada. Com uma vitória clara, por 5x0, a Rússia entrou da melhor forma no seu Mundial. Diante de um rival a transbordar de fragilidades defensivas, os czares foram eficazes e criativos, com dois grandes protagonistas a marcarem o primeiro dia do Rússia 2018. Que venham mais cinco destes...
Apesar de ter entrado liberta de grandes preocupações defensivas, a Arábia Saudita começou, a partir dos cinco minutos de jogo, a sentir dificuldades com o futebol móvel e rápido do meio-campo russo. Apoiado por um lotado Luzhniki Stadium, os russos começaram, aos poucos, a criar desequilíbrios no último reduto adversário, sendo que o golo demorou apenas 12 minutos a chegar. Golovin colocou a redondinha na cabeça de Gazinskiy, que desviou com classe, fora do alcance de Maiouf.
Com o golo, os homens da casa acalmaram, pese as fragilidades defensivas evidentes no outro lado. A seleção de Stanislav Cherchesov privilegiou a posse e a segurança em detrimento de um futebol mais vertical, muito também por culpa da lesão de Dzagoev, um dos melhores até então. Do outro lado, a Arábia bem tentava, mas as ideias ofensivas eram poucas ou nulas, apesar da oportunidade criada por um desvio deficiente do experiente Ignashevich.
À medida que o apito do intervalo se foi aproximando, as ideias russas afastaram-se da baliza adversária, mas bastou um momento de desconcentração saudita e inspiração russa para o segundo golo acontecer. Golovin acelerou, desequilibrou, com a bola a chegar a Cheryshev, que, após um grande trabalho individual, fuzilou a baliza contrária. Os pormaiores a marcarem os primeiros 45 minutos da Copa.
Com uma vantagem de dois golos no marcador, a Rússia entrou no segundo tempo com menos vontade. Se depois do primeiro golo já se percebia pouca tendência atacante, o segundo tento apenas foi a desculpa ideal para os homens da casa recuarem e tentarem surpreender o adversário nas suas costas. A receita da Arábia mantinha-se igual: futebol de toque, mobilidade no meio-campo, mas dificuldade de materializar em claras oportunidades no último terço.
2.ª maior goleada de sempre no jogo de abertura do Campeonato do Mundo:
1934 🇮🇹🇺🇸7x1
2018 🇷🇺🇸🇦5x0 pic.twitter.com/OHiXRfQRYs
— playmakerstats (@playmaker_PT) 14 de junho de 2018
Quando já todos esperavam o apito final, com o estádio a transbordar de entusiasmo depois de tantas dúvidas, Cheryshev e Golovin trataram de oferecer mais um par de momentos inolvidáveis no coração dos russos. O primeiro sacou da trivela para brilhar pela segunda vez; o segundo, colocado já num pedestal de primeira grande figura da competição, enviou a bola à gaveta saudita. Há pelo menos cinco razões para levar a sério este anfitrião: uma manita a abrir é histórico.