O sonho era que, em Roma, se vivesse uma noite parecida ou igual (copy paste, disse Eusebio Di Francesco) à que qualificou a turma italiana para as meias-finais, naqueles mágicos 90 contra o Barcelona. Só que da terra dos Beatles vieram os habituais músicos de Klopp, que estão implacáveis na sede de fazer história. Por isso, e mesmo com um susto final, são os reds a seguirem em frente.
Antes de qualquer alavanca que um golo pudesse dar à equipa romana, o Liverpool foi o primeiro a marcar. Até foram nove minutos de pressão e domínio absoluto da Roma no meio-campo contrário, com alguns ataques perigosos, só que a primeira investida red era elucidativa: desta vez, a história era diferente.
Mane marcou, depois de passe de Firmino, e tornou tudo muito mais claro. Kiev estava mesmo ao virar da esquina e nem a chouriçada que foi o auto-golo de Milner turvou a visão de Klopp, que manteve a sua equipa serena e que se colocou novamente em vantagem numa altura de muito maior serenidade.
Wijnaldum cabeceou na sequência de um canto, após um mau alívio, e repôs distâncias. Com uma hora para jogar, a Roma tinha de marcar quatro e não sofrer nenhum para ir a prolongamento.
Os romanos até conseguiram mais golos, já na segunda parte, e deram a volta ao resultado do jogo, mas não foi isso um fator que fizesse inverter as sensações de quem assistia ao jogo.
Pelo que o Liverpool ia fazendo em contra-ataque (os mesmos de sempre) e pela forma dividida como as oportunidades se repartiam, facilmente se percebia que os ingleses não fracassariam, até porque à Roma, se houve vontade inesgotável, faltou clarividência (e, porque não, alguma qualidade) várias vezes.
Dzeko empatou e um golo seu fez todo o sentido. Nainggolan fez um excelente golo perto do fim e tal também se ajustou muito mais à sua qualidade, beliscada pela falha no primeiro golo. E ainda fez mais sentido o 4x2, num penálti fora de horas.
Mas nada fez mais sentido do que o Liverpool na final. Justíssimo, por parte de uma equipa que espelha o futebol puro.