Fernando Santos nega favoritismo para o Mundial, mas quer dar nova «alegria» aos portugueses

A menos de dois meses do Mundial 2018, aproxima-se a hora das decisões, na lista de convocados, para a equipa técnica da seleção nacional. Em entrevista ao jornal O Jogo, Fernando Santos reconhece a responsabilidade portuguesa na grande competição, não colocando, contudo, a equipa das Quinas no principal lote de favoritos.

«Obrigação de ganhar o Mundial só tem a Alemanha, porque ganhou o último, em 2014. Depois há Brasil, Argentina, Espanha, França… Essas, sim, são as seleções favoritas para ganhar o Campeonato do Mundo. Portugal afirma-se como candidato. Queremos dar uma alegria aos portugueses, mas temos de ir com realismo. No Campeonato da Europa, não deixei passar uma linha de descrédito à minha equipa na primeira fase, quando se criou uma onda negativa. Disse sempre aos meus jogadores que tínhamos de ter confiança em nós e no que queríamos fazer, assim como agora não vou deixar que se embandeire em arco. Portugal tem a obrigação de lutar em todos os jogos para vencer e assumir-se como candidato. É isso que vamos fazer», revelou o técnico.

O selecionador nacional admitiu que ainda não tem o grupo de 23 convocados definido para a competição, destacando a importância da ausência de Danilo.

«Não faço essas contas neste momento porque nunca se sabe o que pode acontecer. Vão acontecer casos como o de Danilo, alguém que estaria nas contas, mas infelizmente teve aquela lesão e acaba por não poder estar mesmo. Não se escolhe uma convocatória com, por exemplo, os 20 melhores jogadores do campeonato nacional. A construção é feita de acordo com as necessidades da equipa nas várias vertentes do jogo. Se calhar vão ficar de fora alguns jogadores que no campeonato se destacaram, mas que que não cabem porque há outros que jogam nessas posições. Em relação ao grupo dos 35, 36, esses estão claramente definidos. Até ao fim da época vamos ter jogos e, por experiência própria, sei que as coisas podem acontecer. O grupo alargado está criado há muito tempo e depois, mais perto, tomaremos decisões», explicou.

Inserido no Grupo B, o conjunto português terá pela frente na fase de grupos as seleções de Espanha, Marrocos e Irão. Fernando Santos reconhece a importância do primeiro jogo com o rival da Península Ibérica, elogiando, contudo, os outros dois adversários.

«Um confronto Portugal x Espanha na primeira ronda deixa sempre marca. Isto não está relacionado com Marrocos, que é muito boa equipa. Tem jogadores na alta-roda, de grande qualidade. Vi vários jogos de Marrocos e é excelente equipa. O Irão é uma equipa bem trabalhada, com a marca de Carlos Queiroz. É uma equipa que sabe o que faz, com alguns jogadores de qualidade, mas fortes em termos coletivos e qualitativos, que só sofreu dois golos no apuramento. Pensar que é Portugal e Espanha, depois Marrocos e Irão e está tudo decidido… Não é nada disso. O resultado entre estas duas equipas pode condicionar muito os jogos a seguir, as estratégias que essas equipas podem ter. Só posso olhar para estes jogos após a primeira jornada, mas claro que conheço bem os adversários», disse.

O Mundial 2018 arranca no dia 14 de junho. O primeiro jogo de Portugal, frente à Espanha, ocorre um dia depois, em Sochi.