O Real Madrid passou por calafrios e chegou a estar em desvantagem frente ao Bayern Munique, mas a qualidade individual dos comandados de Zidane falou mais alto e ajudou à remontada. Com um 1x2 alcançado fora de portas, os espanhóis estão em boa posição para atingir mais uma final europeia.
Os primeiros minutos na Allianz Arena foram bastante elucidativos das estratégias delineadas por Zinedine Zidane e Jupp Heynckes. A jogar em casa, como é apanágio, os bávaros assumiram a iniciativa de jogo, dominando a posse de bola e, quando não a tinham, tratavam de a recuperar o mais rápido possível. Já os merengues, privilegiaram o contragolpe mortífero que lhes é caraterístico e a procura da ‘ilha madeirense’, esta noite, sozinha na frente.
Os pupilos de Heynckes entraram agressivos e com muita vontade de verem as redes de Keylor Navas balançarem, enquanto os blancos tentaram estancar as investidas alemãs recorrendo a um bloco defensivo baixo. A estratégia do emblema de Munique sofreu um revés com a lesão de Arjen Robben, logo aos nove minutos, colmatada por Thiago Alcântara, um jogador de caraterísticas diferentes que alterou o processo ofensivo, mas prejudicou os planos de Heynckes.
Numa jogada de costa a costa, Dani Carvajal descobriu Marcelo no lado esquerdo e o lateral brasileiro fuzilou a baliza de Sven Ulreich, fazendo o 1x1 com que as equipas seguiram para o descanso.
Depois do intervalo, timoneiro francês alterou uma peça no seu xadrez – Isco por Marco Asensio – o que se revelou um verdadeiro xeque-mate na partida. Aos 57’, Rafinha abriu a caixa de Pandora, de onde saíram disparados Lucas Vázquez e Asensio que, numa jogada de entendimento, carimbaram a remontada madridista.
Sofrer dois golos em casa, era penoso para o Bayern, que tentou a todo o custo limpar as duas manchas que borraram uma pintura que tinha tudo para dar certo, mas o Real tem este poder de ‘desmoralizar’ todas e quaisquer equipas que tentem derrotar os merengues na sua praia – vulgo Champions League.
Cristiano Ronaldo, perdido na frente, ainda tentou dar um ar da sua graça aos 69’, mas o domínio com o braço impediu um golo que teria sido espetacular. Até ao final, Navas ainda fez um par de defesas, que mantiveram os espanhóis na liderança do resultado. O Real Madrid, apesar da escolha tática de Zidane, acabou por dar a volta a resultado e vencer o primeiro duelo das meias-finais na casa do Bayern Munique.
Olhando para o filme do jogo, apetece reutilizar uma expressão que outrora serviu para descrever o domínio da Mannschaft no panorama mundial, agora aplicada aos últimos anos do Real na Liga dos Campeões: o futebol é um jogo de 11 para 11 e no final… ganha o Real.