O Desportivo das Aves é o primeiro finalista da Taça de Portugal. A equipa avense conseguiu o primeiro apuramento da sua história para o Jamor ao eliminar o Caldas. A equipa do Campeonato Nacional manteve o sonho vivo e conseguiu mesmo chegar ao prolongamento, só que a quebra física e a inspiração de Vítor Gomes fez cair a equipa das Caldas da Rainha com uma derrota por 1x2.
No Campo da Mata, o sonho da equipa das Caldas chega ao fim, mas o trajeto até este dia não será esquecido. O Aves continua a sonhar com a conquista da Prova Rainha do futebol português.
Foi num ambiente de festa que os jogadores de Caldas e Desportivo das Aves foram recebidos no momento da chegada dos autocarros. Milhares de adeptos apoiaram as suas equipas com o sonho de fazer história e chegar pela primeira vez ao Jamor. Da primeira-mão, o Desportivo das Aves trazia uma vantagem mínima, mas o Caldas contava com a Mata encantada e os seus adeptos para equilibrar a balança. O lema foi ficando à medida que o Caldas ia passando as eliminatórias. "Ninguém passa na Mata", foi-se dizendo.
No jogo dos bancos, José Mota pedia calma. Havia uma vantagem para gerir e uma maior experiência nestes momentos de decisões para os seus jogadores. Era preciso não tremer na Mata para chegar ao Jamor e com o passar do primeiro tempo o Aves foi crescendo.
Nos últimos quinze minutos do primeiro tempo, o cansaço começou a atingir alguns elementos do Caldas e Guedes, por duas vezes, esteve perto do golo. O Aves acabava o primeiro tempo por cima da equipa da casa, mas o empate ao intervalo mantinha o Caldas agarrado ao sonho de chegar ao Jamor. Ainda tudo era possível... e o que aconteceu a seguir fez a equipa da casa acreditar ainda mais.
Depois de recuperar forças no balneário, o Caldas voltou a aparecer por cima no reatar da partida e o público sentiu isso e foi puxando cada vez mais pela sua equipa. O sonho foi crescendo e os adeptos pareciam sentir o que aí vinha. Dez minutos do segundo tempo, livre lateral e desvio de Jorge Fellipe... para a própria baliza. O Campo da Mata estremeceu tal foi a festa dos adeptos do Caldas, que no momento do golo parecia terem dado a força extra para Jorge Fellipe fazer o que fez. Seria o encanto da Mata uma realidade?
Pedia-se, ao Desportivo das Aves, uma reação. A equipa avense não queria deixar as decisões aproximarem-se do final e, consequentemente, fazer crescer o sonho do Caldas. A equipa de José Mota avançou no terreno e apareceu por cima, sabendo que um golo praticamente resolvia a eliminatória.
Foi no momento de maior cansaço que a diferença entre as duas equipas mais se fez sentir. Enquanto os jogadores do Caldas estavam a chegar atrasados às divididas e a perder muitas bolas no meio-campo, o Aves esteve sempre mais perto do golo. Luís Paulo manteve a concentração no máximo e juntou mais meia hora ao sonho do Caldas. Tinha chegado o prolongamento!
A superioridade que o Aves tinha mostrado após o golo sofrido manteve-se. Os jogadores do Caldas estavam agarrados apenas pela emoção do jogo e era o coração que jogava. A crença da equipa da casa durou sete minutos. Após um pontapé de canto, Vítor Gomes aproveitou a desconcentração do Caldas e fez o golo do empate. Agora eram os adeptos da equipa avense que faziam a festa. "Queremos o Aves no Jamor", cantava-se.
O público da casa tentou de tudo para levantar o espírito da sua equipa, mas as pernas já não faziam o que a cabeça pedia. Vítor Gomes sentenciou em definitivo a eliminatória com um golo fantástico num remate de fora da área. O Caldas caiu, mas caiu de pé. O Aves conseguiu o apuramento inédito para o Jamor. Independentemente do resultado, houve Taça no Campo da Mata.
Aves faz história e está no Jamor pela 1.ª vez 👏👏 pic.twitter.com/8lwvZQcNsm
— playmakerstats (@playmaker_PT) 18 de abril de 2018