Num jogo de parada e resposta, foi o Sporting a sair do Restelo com os três pontos. A equipa leonina derrotou o Belenenses por 3x4 num encontro em que ambas as equipas tiveram períodos de superioridade. Os leões tentaram controlar a vantagem de dois golos com que chegaram ao intervalo e quase se deixaram empatar. Valeu Bruno Fernandes. O médio fez duas assistências e um golo e foi determinante para a equipa leonina se aproximar do segundo lugar, agora a uma distância de três pontos para o Benfica.
Depois de uma partida desgastante a meio da semana, o Sporting tinha no Restelo um jogo igualmente importante. O título continua distante, mas após o resultado do Clássico os leões ficaram com possibilidades de ambicionar a algo mais do que o terceiro lugar. O segundo posto dá acesso à Liga dos Campeões, mas ainda em ritmo de descanso, foi um Sporting adormecido aquele que apareceu no Restelo, especialmente no início das duas partes. A equipa de Jesus pagou sempre por esse adormecimento.
No pré-jogo, Silas e Jesus trocaram elogios e fair-play, mas a ambição dos dois treinadores cedo ficou demonstrada. O técnico dos Azuis manteve a aposta numa estratégia de três centrais que tem resultado, especialmente no capítulo defensivo e os primeiros dez minutos foram de grande intensidade por parte do Belenenses. Forte na pressão a meio-campo, a superioridade na zona central abalou o Leão. Patrício defendeu a primeira intenção, mas acabou por atirar Yazalde ao chão e depois de largos minutos com Paixão a consultar o VAR, houve direito a grande penalidade. Yebda converteu e fez os leões pagarem pela entrada tardia na partida.
O golo do holandês acordou e de que maneira a equipa de Jorge Jesus. A inferioridade a meio deixou de se sentir, porque houve uma pressão alta a impedir a construção do Belenenses. A equipa de Silas procurou sair com qualidade, mas os leões subiram e demoraram apenas mais quatro minutos a fazer a reviravolta. Novamente o artista Bruno Fernandes a aparecer e a isolar Gelson Martins. O extremo imitou Bas Dost e rematou ao poste mais distante. Mas nem assim houve descanso para a equipa leonina.
O início do encontro tinha servido de alerta e a pressão manteve-se. O Sporting estava a sair das zonas de pressão com facilidade, muito por culpa de um Bryan Ruiz (desta vez a jogar no centro do terreno) irrepreensível na altura de pautar os ritmos e sair a jogar. Não houve surpresa quando Acuña fez o terceiro dos leões e deu um conforto muito maior para a segunda parte. Faltava apoios aos centrais do Belenenses que pareciam desamparados tal era a pressão da equipa de Jorge Jesus. Silas teria de retificar o momento defensivo da sua equipa, antes de ir à procura de reduzir a desvantagem.
Com a vantagem de dois golos, o Sporting regressou dos balneários a tentar controlar o jogo e entrou novamente naquele ritmo adormecido com que começou a partida. Silas fez as correções ao intervalo, mexeu no esquema tático a meio da segunda parte e retirou frutos de uma ideia que procurou nunca deixar ficar para trás.
Licá encurtou a distância num lance em que teve espaço na pequena área. Foi um pequeno passo para a igualdade. O adormecimento apanhou Acuña, que até estava a ser dos mais agressivos sem bola, e o argentino cometeu grande penalidade sobre Licá. Fredy colocou distante de Rui Patrício e ficou tudo na mesma. A equipa de Jorge Jesus estava a pagar a fatura pela atitude com que regressou dos balneários.
Depois de terem perdido uma vantagem de dois golos, os leões voltaram a despertar. Uma tendência para o suicídio a que Bruno Fernandes voltou a ter de responder, desta vez ao assumir a responsabilidade máxima. Após um lance em que André Moreira defende de forma espetacular, há mão de Yebda e, com recurso ao VAR, houve grande penalidade. O médio dos leões, que já tinha oferecido dois golos, foi à marca dos onze metros para dar os três pontos ao Sporting.