O FC Porto foi à Luz ganhar por 0x1, com um golo em cima dos 90 minutos, e voltou à liderança do campeonato. Depois de uma primeira parte em que o Benfica teve ligeiro ascendente, os dragões cresceram muito no segundo tempo e retraíram muito os encarnados, que se meteram a jeito e que acabaram por sofrer num excelente pontapé de Herrera. Talvez, o momento do campeonato!
Emoção, ansiedade, sentimento. Três aspetos que viveram no interior dos adeptos durante a semana e as horas que antecederam o jogo. Aspetos que, claro, também invadiram os jogadores, cientes da importância que as contas do clássico podiam ter para o desfecho da Liga NOS.
Não foi de admirar, portanto, que os primeiros 10 minutos se pautassem por várias precipitações de parte a parte. O espaço era pouco, a vontade de ter bola era muita e o desejo por fazer o adversário errar era imenso, só que isso apenas começou por acontecer na zona intermédia.
Nas triangulações, à esquerda e à direita (muito boa contribuição de Jiménez), o Benfica encontrava o espaço para romper pela área, só que aí deparava-se com dois problemas: faltava gente para finalizar e havia um FC Porto muito bem posicionado, minimizando as verdadeiras oportunidades do adversário. Aliás, em termos de reais chances, a primeira parte até acabou por ser similar, mesmo com o Benfica a ter mais bola e mais remates.
Mesmo que a segurança defensiva imperasse no lado portista, faltava algo mais. Havia alguma inibição psicológica no início e essa apenas melhorou com o surgimento de Brahimi com bola e com as boas ações de Soares no ataque. Ricardo também ajudava pelas arrancadas na direita, mais do que Telles à esquerda. Tudo somado e as debilidades do meio-campo ficavam bem disfarçadas.
Dificuldades que desapareceram com o intervalo. É verdade que a intensidade do Benfica decaiu muito, mas também é factual que Herrera e Sérgio se entenderam muito melhor com a bola e entre si na ocupação de espaços.
Muito mais serena, a equipa de Sérgio Conceição (seria interessante assistir à palestra ao intervalo) pegou no jogo e partiu para uma segunda parte bem diferente da primeira.
Com muito pouca reação à maior posse do adversário, o Benfica tentava as saídas rápidas (só Rafa o conseguia), mas também aí o FC Porto foi mais competente, usando as faltas para impedir as chegadas à área de um Casillas que viu o jogo a uma distância bem maior.
Depois da primeira mensagem e de Salvio também não ter dado ao jogo o que ele pedia, Rui Vitória decidiu juntar Seferovic a um Jiménez muito desgastado, mas continuou a ser o FC Porto cima.
Óliver entrou bem e deu continuidade ao bom critério portista e eis que, quando já se adivinhava o empate, Herrera descobriu o caminho da rede. De fora da área para a liderança do campeonato!