moumu 26-04-2024, 03:12
Não que a guarda-redes do SC Braga não acreditasse no seu valor, mas a verdade é que aos 16 anos ainda sonhava ser jogadora profissional de... voleibol. O futebol surgiu de forma repentina e a baliza foi uma paixão por acaso.
«Foi uma mudança um pouco estranha e um momento na minha vida que teve impacto. Era jogadora de voleibol e de repente mudei para o futebol. Acabei por gostar da experiência e a baliza foi por necessidade. O treinador precisava de uma guarda-redes e lá viu qualquer coisa em mim e lá acabei por ser guarda-redes», recorda Rute Costa, entre risos, ao zerozero.
Eleita melhor guarda-redes do Campeonato Europeu Universitário, em 2015, ao serviço da Universidade do Porto, eleita a melhor guarda-redes do Campeonato português nas duas últimas edições da prova e presença regular nas convocatórias de Francisco Neto. Caso para dizer que o treinador tinha razão, pois tem sido no futebol e na baliza que Rute Costa tem brilhado.
«Tem sido um percurso fantástico e esses prémios individuais falam por todo o trabalho que tenho realizado. Sinto-me muito orgulhosa e satisfeita em termos individuais, mas ainda faltam conquistar algumas coisas em termos coletivos», considera a atleta do SC Braga.A mudança para Braga e para um clube profissional foi apenas mais um passo na afirmação de Rute no futebol feminino português e foi já no SC Braga que sofreu alguns dissabores na última temporada, com a perda de alguns troféus para o Sporting nas grandes decisões.
«Foi complicado, mas também, tendo em conta o meu percurso desportivo, sempre acreditei e continuo a acreditar que são os momentos mais complicados que nos dão força para continuar a trabalhar para que no futuro os momentos positivos ajudem a superar esses momentos mais negativos. Aprendi muito com tudo isso», garante.
O futebol feminino português sofreu um autêntico boom. O crescimento é notório, muito devido à aposta forte da Federação Portuguesa de Futebol e de alguns clubes, e ficou traduzido nas últimas exibições da Seleção Nacional.
«Tem sido uma experiência incrível. O futebol feminino está a crescer e para mim é um orgulho e privilégio fazer parte deste momento. Acredito que seja ainda um pontapé de saída e que mais clubes queiram apostar no futebol feminino. Se conseguirmos mostrar o valor da modalidade, talvez o futuro possibilite que outras atletas também possam viver esta experiência», argumenta.
«Penso que todas estão orgulhosas e satisfeitas com as nossas exibições. Mas faz parte do passado. É um acrescento na nossa bagagem e dá-nos a motivação necessária para os eventos futuros», resume.
Convidada pelo nosso site a deixar uma mensagem às jogadoras mais jovens, a guarda-redes não tem dúvidas de que o futuro será risonho: «O futuro é bom e será delas. A mensagem que tentamos falar é de que o trabalho, união, dedicação e sacrifício são preponderantes para chegarem a este patamar. E sobretudo acreditem naquilo que podem fazer para chegar até aqui.»
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Tine De Caigny 90' | Dolores Silva 90' (g.p.) |