Foram mais ao poste (três) do que na baliza (duas), mas o Benfica conseguiu passar incólume em Santa Maria da Feira. Os fogaceiros, na véspera do centenário, queriam uma prenda antecipada e aguentaram quase uma hora, só que as águias materializaram em golos uma superioridade que existiu praticamente em todo o jogo.
Era Zivkovic? Era Pizzi? Seria Rafa? Ou era Grimaldo? A dinâmica do Benfica na abordagem ao jogo foi imediata. Antes que os tufos de relva levantassem, antes que o Feirense tentasse ganhar confiança. a ação encarnada foi fulminante com bola, deixando baralhada a defesa contrária e trocando as marcações com várias mudanças posicionais nas quais também Jonas participou.
Em todo o resto do tempo, foram as águias a estar por cima. Só que sem marcar... As jogadas sucediam-se, ora pela esquerda, ora pela direita, raramente pelo meio (onde o terreno era mais irregular), mas sem poder de fogo na área. A bola chegou lá, quer por ações a furar da linha para dentro, quer por triangulações que abriam brechas na costas da defesa contrária, só que a finalização não foi a melhor.
Rafa teve a melhor hipótese, quando apareceu entre os centrais a atirar ao poste, embora Jonas e Cervi também tivessem andado perto.
Surgiu, perto do descanso, um aspeto importante: Tiago Silva foi punido com segundo amarelo e saiu do jogo, o que retraiu ainda mais a sua equipa no terreno. Nem tanto no que faltava da primeira, mas sobretudo para a segunda parte era necessária uma nova estratégia de Nuno Manta. E, claro, um risco total do Benfica.
O que não aconteceu no imediato. Percebia-se. A equipa estava a conseguir jogar muito bem nas dinâmicas ofensivas e não permitia aventuras aos fogaceiros. Foram mais 13 minutos de tendência semelhante e tornou-se vital fazer o óbvio...
Claro que, por mais indicadores que o jogo desse, dificilmente Rui Vitória acharia que a lógica ida de Raúl Jiménez para o jogo (estranha a opção de tirar Grimaldo) traria tão instantâneos resultados. O mexicano só precisou de um lance para desbloquear o jogo, a passe de Jonas e com alguma sorte à mistura, mas muito mais mérito.
Logo depois, os encarnados reagruparam-se e, com mais um, tomaram conta do desafio. Sem tanto caudal ofensivo como na primeira hora de jogo, a equipa de Rui Vitória passou a explorar a subida da linha defensiva fogaceira e sempre por um Rafa inesgotável: primeiro, viu Farias roubar-lhe o golo, depois fez ele mesmo o segundo e a seguir ainda atirou ao ferro e permitiu grandes defesas a Caio Secco.
Descrente e descredibilizado, o Feirense acabaria com outra expulsão, depois de entrada duríssima de Briseño sobre Almeida.