Roast inglês ao United e a Mourinho

A derrota do Manchester United frente ao Sevilha continua a causar frisson em Inglaterra. Pior que a eliminação da Liga dos Campeões, foi mesmo a exibição dos red devils e a aparente calma e conformação de José Mourinho com este afastamento inesperado. Os principais jornais ingleses, assim como algumas figuras históricas do United, não pouparam críticas ao português.

«O United foi afastado merecidamente depois de uma exibição sem vida. Sair da Liga dos Campeões já é frustrante, mas sair assim, de uma forma tão ‘mansa’, inibido pelas táticas cautelosas de José Mourinho, sem paixão e com uma atitude fraca é o que verdadeiramente irrita os adeptos do Manchester United. Sair com vigor, não com este ‘choramingo’. Sair com coragem, não com esta abordagem na fronteira com a covardia», escreveu o The Times.

Já o The Sun realçou as reações dos adeptos, que ficaram «perplexos com o desempenho do United, que pareceu descuidado, letárgico e desinteressado» e manifestaram o seu desagrado nas redes sociais onde, inclusive, se pediu a demissão do técnico português. Por fim, o The Telegraph escreveu «Woeful United», em alusão às «táticas negativas de Mourinho», e questionou o futuro de uma equipa eliminada da Champions pelo Sevilha, «cujo último campeonato conquistado foi em 1946».

«O United comprometeu-se com Mourinho através de um novo contrato e esperam que o seu novo estilo de jogo evolua. O ambiente muda rapidamente neste clube, na era pós-Sir Alex Ferguson, e ainda pode piorar», concluiu o jornal. A este coro de críticas também se juntaram antigas glórias do clube, como Paul Scholes e Rio Ferdinand.

«Não houve desejo, energia, velocidade na equipa. Não consigo explicar», desabafou o antigo médio inglês, sendo que Ferdinand utilizou palavras mais duras para se referir ao encontro.

«Terrível. Pareciam um conjunto de estranhos que jogavam juntos, não deram nada aos adeptos para os animar. As equipas grandes são consistentemente boas. (…) Não houve atitude. Letárgico. Tinham a obrigação de atacar, mas começaram a jogar de forma conservadora. Esta equipa parecia que não tinha o que é preciso para vencer», concluiu o antigo central dos red devils.