O jovem futebolista português é um produto cada vez mais valorizado e procurado no mercado internacional e acredita-se que este valor não está a ser totalmente potenciado no nosso país e, acima de tudo, pelos nossos clubes.
A ponte entre os escalões de formação e o escalão senior nem sempre é feita nas melhores condições, algo que impede que os jovens, sobretudo entre os 18 e 23 anos, encontrem o seu espaço e usufruam de oportunidades para prosseguirem a carreira no futebol senior no clube que lhes deu a formação.
O jornal A BOLA refere que a FPF está apostada em avançar com um campeonato sub-23, algo semelhante ao que acontece em Inglaterra, e que conta já com a opinião favorável de muitos dos emblemas que competem no escalão máximo do futebol português.
Clube | % portugueses no plantel | Sub-23 no plantel |
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FC Porto | 29,6% | 6/27 |
Sporting | 42,9% | 10/28 |
Benfica | 37,5% | 10/24 |
Braga | 51,7% | 10/29 |
Rio Ave | 46,2% | 12/26 |
Chaves | 54,2% | 6/24 |
Marítimo | 35,7% | 5/28 |
Boavista | 48,1% | 5/26 |
Vitória SC | 41,2% | 17/34 |
Portimonense | 48,1% | 14/27 |
Belenenses | 53,8% | 6/26 |
Tondela | 53,8% | 10/26 |
Aves | 30,8% | 5/26 |
Paços | 63% | 5/27 |
Vitória FC | 69% | 9/29 |
Estoril | 34,5% | 16/29 |
Feirense | 51,9% | 6/27 |
Moreirense | 16,7% | 7/24 |
O organismo que rege o futebol português acredita que é possível seguir as pisadas do sucesso inglês. Em questão não está o fim das equipas B, mas sim um complemento. Ou seja, outra capacidade de os clubes distribuírem os seus jovens e de os poderem acompanhar de perto e potenciar de outra forma.
Um dos principais objetivos passa pelo alerta para a importância da aposta em jogadores portugueses - apenas 5 das 18 equipas da Liga têm uma percentagem de jogadores lusos no plantel acima de 50% [veja a tabela] -, bem cotados por essa Europa fora.
A valorização da faixa etária 18-23 anos, que, segundo dados apresentados pelo jornal A BOLA, envolveu negócios no valor de 2434,2 milhões de euros em 2017, também acentua a vontade da Federação olhar para o modelo do Campeonato Sub-23 com muito bons olhos.
A razão é simples. O modelo tem funcionado bem em Inglaterra e tem dado frutos, sendo a conquista do campeonato do mundo de sub-20 por parte de Inglaterra o exemplo perfeito que atesta esta aposta inglesa num enquadramento adequado para os jovens entre os 18 e 23 anos.
Em suma, o campeonato sub-23 permite um crescimento progressivo num contexto altamente competitivo e que potencia os resultados não só ao nível interno, mas também no contexto internacional.
Será este o caminho mais indicado para Portugal?