Um dos azuis ficou a respirar melhor, já o outro...

Tarde de sol pedia melhor futebol

Ir ao futebol é sempre uma boa sensação para os amantes da modalidade, mas ir ao futebol numa tarde de sábado bem solarenga e com a paisagem do Estádio do Restelo dava um sabor especial a uma partida onde se encontravam duas equipas a precisar cada vez mais de vitórias. O Belenenses regressava a casa depois de ter quebrado o registo negativo com a vitória na Amoreira, mas procurava dar continuidade a esse triunfo com uma vitória em casa, algo que não acontecia desde a 10.ª jornada. Do outro lado, o Feirense também vinha ao Restelo à procura de regressar ao caminho dos pontos para sair da sempre desconfortável zona de despromoção e para dar lufada de ar fresco a Nuno Manta Santos. A necessidade de vencer sentiu-se mais de um lado do que do outro, mas a verdade é que o ambiente pedia melhor futebol do que aquele que foi apresentado este sábado.

A moral trazida das últimas partidas sentiu-se no início do encontro. O Belenenses, a jogar em casa e com uma maior almofada pontual, teve uma excelente entrada em campo e a estratégia de três centrais foi resultando. A equipa de Silas foi mais perigosa e teve oportunidades claras para chegar ao golo. Licá, Diogo Viana e Fredy começaram um festival de desperdício que esteve para durar.

O Feirense tinha sentido dificuldades para criar processos ofensivos com qualidade. A equipa de Nuno Manta não conseguia construir e a procura do futebol direto não resultava. João Silva estava muito sozinho e os três centrais do Belenenses foram sempre controlando as iniciativas dos fogaceiros. Babanco ainda obrigou André Moreira a excelente intervenção, mas até final foi mesmo o único lance da equipa de Santa Maria da Feira, que ainda viu Fredy voltar a desperdiçar duas ocasiões para o Belenenses. A igualdade ao intervalo acabava por ser injusta, porque o Belenenses atacava com conforto e tranquilidade e porque o Feirense não estava a conseguir perceber como causar perigo a uma equipa que conseguia manter o equilíbrio durante todas as situações de jogo.

Sasso mostrou como se faz ©Vítor Parente / Kapta+

Coração não foi suficiente, faltou a arte

Depois de sofrer o golo, o Feirense era obrigado a reagir mas sentiu-se algum desconforto na equipa de Nuno Manta para procurar o ataque. O treinador dos fogaceiros arriscou, subiu as linhas da sua equipa mas, exceção feita a um falhanço de João Silva, o Feirense não conseguiu apresentar ideias para chegar, pelo menos, ao empate. Começava a apertar, é certo, mas as oportunidades de golo eram muito escassas para uma equipa necessitada de pontos e que apenas perdia por um golo. O risco foi máximo, na teoria, mas na prática pouco mudou.

Nuno Manta em situação delicada ©Vítor Parente / Kapta+