Era difícil, provou-se ser impossível. O Braga recebeu e bateu o Marselha, por 1x0, despedindo-se da Liga Europa com um score negativo de 1-3. A equipa de Abel entrou para dar outra imagem, bem patenteada na primeira meia hora positiva dos arsenalistas. Depois disso, houve muito coração, pouca cabeça e uma eliminação...natural.
O jogo trazia um três a zero a favor do Marselha e os primeiros minutos mostraram duas equipas prontas a oferecer um bom espetáculo. Futebol aberto, bons lances a nível técnico e um par de momentos perigosos em cada uma das balizas, com um Braga mais instalado no meio-campo adversário do que o seu adversário (não podia ser de outra forma) - Esgaio perdeu a principal oportunidade do primeiro quarto de hora.
O decorrer do primeiro tempo confirmou um Braga mais afoito e pressionante no momento ofensivo. O Marselha respondia com a capacidade lançamento de Sanson e López, quase sempre bem anulada pela última linha bracarense - N´Jié foi criando uma ou outra dor de cabeça aos laterais. Apesar de um maior domínio, faltava sempre qualquer coisa ao ataque bracarense. O primeiro golo, contudo, acabou por chegar na meia hora de jogo. Jefferson cruzou, Wilson foi mais inteligente que os outros e Horta aproveitou o passe do português para o primeiro tento.
As bancadas ganharam ainda mais vida, mas a verdade é que nos últimos quinze minutos da etapa inicial, o Braga não teve a mesma força (mental, física, tática) para forçar o Marselha ao erro. O intervalo chegava com uma vantagem justa e curta, que espelhava bem uma maior inspiração dos comandados de Abel.
O início da etapa complementar mostrou-nos um jogo ainda não visto na noite fria da Pedreira. O Braga entrou apático e pouco incisivo nas ações a meio-campo, sofrendo na pele uma maior pressão francesa. O Marselha melhorou com a entrada de Anguissa, criou uma grande oportunidade por Germain, e o meio-campo bracarense foi uma miragem nos primeiros minutos do segundo tempo.
Ainda assim, as chances rondaram as duas balizas. A criatividade francesa colocou vários problemas à última linha arsenalista, que pareceu claramente cansada na segunda parte - a menor disponibilidade para o jogo da dupla Vuk-André Horta não ajudou. Do outro lado, menor capacidade de jogo apoiado e mais profundidade, com uma dupla perdida de Wilson que poderia ter colocado a eliminatória mais aberta.
Até ao final, Fábio Martins e Xadas agitaram, mas já não havia tempo para mais. A eliminatória foi, de facto, irremediavelmente perdida em França. Ficou a boa imagem...agridoce, claro está.