Sucessor do histórico Carlos Lisboa na equipa de Basquetebol do Benfica, José Ricardo foi alvo de um trabalho bastante interessante por parte do jornal ABola, aproveitando a paragem do campeonato para compromissos da seleção e a aproximação da fase final da LPB Placard. Em conversa com o referido jornal, o técnico que já venceu Supertaça e Taça Hugo dos Santos pelos encarnados, mostra-se satisfeito por ter chegado a um grande do basquetebol.
«Levei muito tempo a chegar aqui, ao topo dos clubes portugueses de basquetebol. Mas prefiro viver este inferno e sentir a pressão de ganhar, do que andar sempre a lutar por não descer de escalão», começou por referir o técnico do líder do campeonato, aproveitando também para fazer um Raio-X ao campeonato e aos principais adversários no que toca ao título nacional.
«Os tradicionais candidatos, Benfica e FC Porto, têm sentido grandes dificuldades perante os seus adversários. Parece-me que todos os conjuntos estão mais fortes, como se comprovou, ainda no último jogo em Ovar. A Oliveirense também já assumiu a candidatura ao título e reiterou a sua qualidade na final da Taça Hugo dos Santos. E o Vitória de Guimarães é uma equipa forte e a ter sempre em conta», explicou.
Atual selecionador sub-18 de basquetebol masculino, José Ricardo, experiente no que toca à formação na modalidade, aproveitou para deixar algumas críticas à forma de como se trabalha em Portugal, no que à formação diz respeito.
«Sinto uma náusea enorme quando oiço algumas pessoas com responsabilidades no basquetebol nacional falarem sobre a formação em Portugal. Temos de saber onde estamos e para onde queremos ir. Sem esse diagnóstico e avaliação, só nos perdemos a debitar lugares comuns que não levam a lugar nenhum», indo ainda mais longe sobre este assunto.
«Esse assunto é importante e mexe com muita coisa. As pessoas sabem porque é que os treinadores trabalham mal? Se existem condições de treinos? Qual o grau de exigência e acompanhamento que têm nos clubes? Sabem, por exemplo, que ganham apenas 150 euros mensais para trabalharem com os jovens jogadores? Há muita coisa que deve e merece ser urgentemente debatida a nível nacional. Caso contrário, continuaremos a afastar-nos do topo do basquetebol europeu», concluiu.