Salvador e o país campeão europeu a «desperdiçar oportunidades» para «reformar» o seu futebol

Pela primeira vez desde que foi criado, o G15 podia contar na sua reunião com a presença dos três grandes, convidados para o encontro. FC Porto e Sporting (juntamente com o Portimonense) falharam à chamada e apenas o Benfica apareceu. O futuro do futebol português estava em jogo, mas, no final, os jornalistas não ficaram esclarecidos sobre as mudanças a efetuar (se é que as há...). 

Tendo em conta o tempo de espera, a discussão foi longa e alargou-se a todos os pontos presentes na ordem dos trabalhos. O futuro das equipas B, a clarificação do Totonegócio e os direitos televisivos eram alguns dos temas na discussão e, no final, António Salvador, escolhido como porta-voz do grupo, abordou as linhas mestra da reunião...sem nunca abrir o jogo. 

«Este grupo quer o melhor para o futebol português. Continuamos a debater assuntos importantes para o nosso futebol, demos a conhecer ao presidente da Liga as nossas preocupações. Medidas? Discutimos a questão das equipas B, aquilo que é possível fazer para valorizar o jogador português. Temos de dar continuidade a uma geração de ouro do futebol português, que eu acho que não está a ser bem preparada...», afirmou o presidente do Sporting de Braga, na sede de clubes da Liga, no Porto. 

Além de referir (sem nunca ser específico, sublinhe-se) as principais linhas orientadores de mais uma reunião, António Salvador não deixou de apresentar um lamento sobre uma ausência de oportunidade para mudar e reformar o futebol nacional. 

«Algo tem de mudar no futebol português e é isso que esse grupo tem discutido. Acho que estamos a perder uma grande oportunidade, como campeões europeus, para fazermos as reformas necessárias para médio e longo prazo. Não temos feito isso. Este grupo, juntamente com as outras estruturas, quer criar um projeto a médio/longo prazo», enunciou o dirigente, antes de lembrar a queda do futebol português no ranking europeu.

A presença do Benfica mereceu ainda um comentário por parte do dirigente bracarense, que desvalorizou aqueles que faltaram à chamada e aqueles que compareceram, preferindo focar o objetivo maior das reuniões: «O importante não é quem esteve ou quem faltou. O importante é aquilo que foi discutido e comunicado ao presidente da Liga, que, certamente, comunicará às restantes entidades que regem o futebol português. Só aqui, todos unidos, é que podemos dar a volta e sair por cima.»

Uma reunião longa, que contou com a presença de uma equipa grande pela primeira vez, mas que deixou poucas conclusões, talvez ainda à espera de novos encontros e de novas presenças para serem enunciadas ao público. A reforma do futebol português deve ainda custar mais umas horas a todos os envolvidos...