Nervos em franja, indefinição durante boa parte do tempo e... o FC Porto a vencer um jogo difícil e a terminar a primeira volta como líder isolado do campeonato. Uma primeira parte menos inspirada dos dragões ameaçou o fim de uma longa série sem derrotas portistas em casa em provas nacionais, mas a reviravolta chegou na segunda metade com a cada vez mais importante arte africana.
Face ao castigo de Herrera, Óliver Torres voltou à titularidade no campeonato quase quatro meses depois e assumia a função de pegar no jogo. As rotinas não eram as mesmas e, apesar de algum controlo do ritmo, faltava aquele extra ao Dragão quando era altura de definir os lances. Mérito tinha também de ser atribuído à sólida defesa vitoriana, até então equilibrada e inteligente no posicionamento.
As alas assumiam a importância de sempre no momento de (tentar) criar desequilíbrios do lado do FC Porto, mas era em grande parte aí que estava a falha. Na direita, em particular, Ricardo Pereira voltava a ter de compensar os erros frequentes de Corona e fazer um esforço pouco natural, enquanto na esquerda Brahimi demonstrava também algum desacerto inicial, evidente num remate falhado pelo minuto 21. A esse erro seguiu-se o golpe em cheio no Dragão: Victor García apareceu na direita com a bola, cruzou e Raphinha apareceu a finalizar de pé esquerdo.
O Dragão estava por esta altura repleto de assobios, mas estes dirigiam-se em particular à equipa de arbitragem: um agarrão de Jubal a Marega na grande área tinha feito soar os primeiros protestos, o lance do golo aumentou-os face ao posicionamento de Raphinha e dois lances com Marega no seguimento tornavam os assobios banda sonora oficial do primeiro tempo. Boa parte dos lances eram de difícil análise, diga-se.
O tardio recital africano prosseguiu com o mais virtuoso dos executantes, Yacine Brahimi, que tirou Jubal da frente antes de picar sobre Douglas para selar a reviravolta com um toque de magia.
⚽⚽Bisa Marega e chega aos 15 golos na época: melhor registo da carreira do avançado 🇲🇱maliano pic.twitter.com/SPxTlB2fzj
— playmakerstats (@playmaker_PT) 7 de janeiro de 2018
E Moussa Marega? Dele ainda não falámos porque até então não havia muito para falar, mas o maliano não quis ficar atrás dos colegas de berço vizinho e, na verdade, foi ele que trouxe o conforto. Primeiro de cabeça, na sequência de um cruzamento de Hernâni, e depois com o pé direito, assistido por Ricardo, o avançado deixou os portistas com vantagem de três golos e com os três pontos quase no bolso.
Também do continente africano chegou o segundo golo vitoriano, numa altura em que se ouviam olés no Dragão, com uma bela execução do cabo-verdiano Héldon, mas já não havia tempo para que a equipa de Pedro Martins evitasse o quinto jogo sem vencer, com quatro derrotas nesta série.
E a primeira metade da Liga NOS é principalmente pintada de tons de azul e branco.