FC Porto com a mesma pressão que «não quer ser um estrangeiro a jogar em Portugal»

Depois de conseguir o apuramento para os oitavos de final da Liga dos Campeões, o FC Porto vira as suas atenções para o campeonato. Em igualdade pontual com o Sporting, Sérgio Conceição disse não sentir maior pressão do que é habitual.

«O Vitória de Setúbal tem um plantel com jogadores jovens mas com qualidade, um treinador com experiência, que eu estimo porque consegue potenciar os jovens e acho que isso é de louvar, aprecio aquilo que é o José Couceiro como pessoa e treinador. Esperamos mais um jogo difícil, vamos ter de assumir a responsabilidade de que somos o FC Porto e temos de ultrapassar este obstáculo para conquistar mais três pontos», disse, sobre o encontro com os sadinos.

O possível cansaço foi ultrapassado com a passagem aos oitavos de final da Champions, contou Sérgio Conceição.

«Temos que gerir o cansaço sabendo que todas as grandes equipas estavam a sentir esse cansaço, é sinal que estavam em todas as competições. Hoje em dia os clubes estão preparados para essa gestão, são muitos jogos e o nosso plantel não é muito extenso, mas isso faz parte daquilo que é o meu trabalho e temos de gerir isso de forma inteligente. Temos um departamento médico de alto nível que consegue que os jogadores estejam no seu melhor. Depois da Champions acho que tudo passa com o bom resultado e a passagem aos oitavos de final», explicou.

A igualdade pontual com o Sporting e o facto de o Benfica jogar primeiro, não coloca maior pressão ao treinador dos dragões.

«A pressão está sempre presente, íamos à frente e tínhamos a pressão de aumentar a pressão. Neste momento estamos em igualdade pontual com o Sporting, com mais três pontos que o Benfica e a pressão continua. Num clube com esta dimensão e que normalmente luta por títulos, a pressão faz parte do que é o nosso trabalho diário e nos jogos estamos sempre pressionados a dar uma resposta positiva e ganhar o jogo. Eu gosto da pressão, gosto de jogar finais, jogar para nada não tem muito a ver comigo», afirmou.

A arbitragem também foi tema de conversa e o treinador do FC Porto teve uma expressão curiosa.

«Não quero ser beneficiado, quero que os árbitros sejam corretos. Falei de um caso específico em que vínhamos de uma jornada em que tínhamos sido prejudicados, fomos no jogo seguinte contra o Benfica. Os erros da outra jornada não foram tão mediáticos porque o FC Porto foi sempre muito mais forte. Eu não quero sentir-me uma equipa estrangeira a jogar em Portugal, quero só que as situações sejam para um lado e para o outro. São sempre as pessoas que vão decidir, está lá o aparelho [VAR], mas se não o utilizarmos acaba por ser um erro por cima do erro. Aquilo que senti nas últimas jornadas expressa bem isso, é preciso ser muito melhor para conseguir ganhar o jogo, não basta ser melhor. O que foi absolutamente decisivo foram estas arbitragens nos últimos dois jogos», atirou.