Diogo Dalot, Jorge Fernandes, André Pereira... e Bruno Costa? O médio ofensivo de 20 anos poderá ser o quarto jogador da formação portista (entre atletas que passaram pelas camadas jovens do clube) a ser lançado por Sérgio Conceição nesta temporada. No mínimo, e mesmo que não jogue já na terça-feira, terá em Istambul a recompensa pelo trabalho efetuado entre as camadas jovens e a equipa B.
Ora chamado de médio, ora chamado de avançado, Bruno Costa destaca-se pela versatilidade no ataque e pela bem evidente visão de jogo, que tem feito dele peça importante nas várias equipas que integra. Conquistou lugar de destaque nos juniores e, com maior ou menor dificuldade, acabou por ter as oportunidades que se esperavam na equipa B.
Não é excecionalmente rápido mas compensa isso com a qualidade de passe e com um drible criterioso que lhe permitem dar muitos golos a marcar. E por vezes também ele próprio inscreve o seu nome no marcador. Descreve-se como um «tecnicista», que gosta «de ter bola, de fintar e, principalmente, de arriscar».
Depois de se ter sagrado bicampeão nacional de juniores (14/15 e 15/16), forçou António Folha a dar-lhe a atenção devida. A entrada definitiva na equipa B deu-se na última temporada, embora se tenha mantido entre a formação secundária e os sub-19. Na Youth League marcou dois golos, frente a Leicester e Barcelona.
Já nesta época, está integrado por exclusivo na equipa B e soma já 12 participações. É verdade que a maioria foi como suplente utilizado, mas nos últimos jogos parece estar com um lugar mais sólido na equipa inicial. Foi titular em quatro dos últimos cinco jogos e marcou dois golos, tendo mesmo decidido a mais recente partida na Ledman LigaPro, frente ao União da Madeira.
Presença frequente nas seleções de sub-16 e sub-17, chegou à equipa de sub-19 em 2016 e com os pergaminhos que trazia dos juniores do FC Porto lançou forte candidatura à presença no Europeu do escalão, que seria disputado em solo alemão.
Autor de um golaço na partida que ditou o apuramento luso, frente à Eslovénia, Bruno Costa acabou por não fazer parte dos eleitos de Emílio Peixe para a prova. Foi uma desilusão para o jogador que, no entanto, teria uma experiência para mais tarde recordar na Coreia do Sul.
Foi pela seleção de sub-20 que pôde disputar uma grande competição no longínquo país asiático. O mesmo Emílio Peixe incluiu-o no lote de jogadores para o Campeonato do Mundo e depois de uma fase de grupos passada no banco de suplentes Bruno Costa teve as suas oportunidades na fase a eliminar.
Nos oitavos de final saltou para o onze e destacou-se no duelo com a seleção anfitriã, com um golo e uma assistência que contribuíram claramente para a vitória tranquila por 3x1. Manteve a titularidade nos quartos e não conseguiu ter igual sorte, na partida com o Uruguai que ditaria a eliminação portuguesa.
Embora tenha, aos 20 anos, toda a possibilidade de construir um sustento confortável graças ao futebol, Bruno Costa faz parte de uma geração de atletas que não descura os estudos. O futuro é para todos uma incógnita e um diploma universitário traz sempre um nível de segurança adicional.
Bruno Costa escolheu a engenharia informática e há dois anos entrou no ensino superior noturno, «sem recorrer ao estatuto de atleta de alta competição». Como explicou em entrevista à FPF em 2016, conciliar o futebol profissional com os estudos «não é uma vida fácil, mas aguenta-se».
«Tenho treinos de manhã, descanso à tarde e à noite tenho aulas. Sempre me ensinaram que é muito bom conciliar o futebol com os estudos», explicava então o jogador.
Se já então era difícil, imagine-se como poderá ser no futuro, com o nível de exigência a aumentar nas duas vertentes. A porta da equipa principal portista está bem à vista e Bruno Costa poderá dar, em breve, início a um novo capítulo na sua vida.