E vão sete. Chamado a entrar em cena antes dos rivais nesta sétima jornada da Liga NOS, o FC Porto manteve a onda vitoriosa no campeonato e chegou aos sete triunfos consecutivos, quase resolvendo a questão na receção ao Portimonense ainda antes da passagem da meia hora de jogo. Três golos em rápida sucessão deixaram o triunfo bem encaminhado e mesmo perante um belo golo de Nakajima os dragões não tremeram e ainda ampliaram a vantagem.
A jogar em casa frente a uma equipa recém-promovida, o FC Porto nunca poderia rejeitar o total favoritismo. Ainda assim, as dificuldades criadas pela equipa de Vítor Oliveira a equipas de outro estatuto, em particular ao Benfica, serviam de alerta. Caso facilitasse, o Dragão habilitava-se a sofrer até ao fim. Resolver quase tudo antes da meia hora foi, então, a melhor receita para uma noite sem grandes sobressaltos.
Logo antes do apito final, a primeira grande curiosidade: Herrera e Corona, ambos titulares, abdicaram de ter os nomes impressos nas respetivas camisolas para poderem exibir as palavras «Fuerza México». Uma mensagem de força dos dois jogadores mexicanos para um país que procura lidar o melhor possível com um terrível e mortífero sismo.
Já com a bola a correr no Dragão, o arranque abriu o apetite dos adeptos portistas, mas não trouxe, desde logo, a satisfação que acabaria por chegar um pouco depois em dose tripla. Seria preciso aguardar 20 minutos, um período em que o domínio azul-e-branco já se fazia sentir. Aboubakar foi o primeiro a tentar transformar o domínio em números, mas fez a bola passar ao lado da baliza depois de simular perante um adversário. Marcano, ainda antes de quarto de hora de jogo, cabeceou solto na grande área mas acertou em Lumor.
🔵FC Porto é a equipa com mais goleadas na 🇵🇹Liga NOS 2017/18 (+3 que a concorrência):
🖤Portimonense
💙Chaves
💚Moreirense
💛Estoril pic.twitter.com/DpUY22wRU4
— playmakerstats (@playmaker_PT) 22 de setembro de 2017
Parecia mesmo uma questão de tempo até que os adeptos portistas pudessem festejar pela primeira vez na noite, mas o que estes talvez não esperassem era quase nem terem tempo para descansar a voz entre três tiros certeiros da equipa portista. Marcano motivou o primeiro «La-la-la-la-la-la, força Porto, allez» da noite, na sequência de um pontapé de canto de Alex Telles que, depois de um mau alívio de Ewerton, valeria um remate de pé esquerdo do central espanhol para que o marcador mexesse pela primeira vez.
O defesa deu o mote e os avançados da equipa de Sérgio Conceição não quiseram ficar atrás. Aboubakar ampliou para 2x0 dois minutos depois, numa recarga em jeito de fuzil, e Marega picou a bola perante Ricardo Ferreira à entrada da área para aumentar para os três golos de vantagem da equipa portista. Ainda nem havíamos passado a meia hora e já não parecia haver dúvidas sobre o dono dos três pontos.
Mas se o vencedor não pareceu estar realmente em causa, o Portimonense quis, pelo menos deixar o ar da sua graça no Dragão, aproveitando a aura de uma equipa que criou sérios problemas na Luz e que vinha de um motivador triunfo em casa frente ao Feirense. Tal como aconteceu nesse último encontro, a grande marca dos algarvios esta noite foi japonesa. Shoya Nakajima quis voltar a brilhar, agora num grande palco, e bateu Casillas com um toque de trivela depois de tirar Felipe do lance. Um lance de qualidade que, pelo menos, aumentava o nível de interesse para o segundo tempo.
O Dragão não queria sofrer. Não queria arriscar reais sobressaltos, mesmo permitindo ao adversário o ocasional momento de perigo. Para se poder dar ao luxo de arriscar sofrer, tinha de continuar a marcar. Brahimi não se fez rogado e fê-lo por duas vezes. Primeiro servido por Marega, logo a abrir o segundo tempo, e depois a finalizar uma grande jogada coletiva dos dragões, tirando um adversário do caminho antes de completar a mão cheia de golos da equipa.
Assim se reduzia ao máximo a margem para nervosismo e assim se tornava quase inútil mais um golo do Portimonense, agora com Rúben Fernandes como autor na sequência de um cruzamento de Hackman. Serviu, tal como o grande golo de Nakajima, para mostrar mais uma vez que há qualidade mais do que suficiente neste Portimonense para continuar no primeiro escalão. Mas não chegou para fazer cócegas a um Dragão que continua a cuspir fogo no campeonato.