Está aí à porta a estreia do Braga na fase de grupos da Liga Europa. A equipa de Abel Ferreira visita o surpreendente TSG Hoffenheim na Rhein-Neckar-Arena, uma equipa que caiu da fase de qualificação da Liga dos Campeões aos pés do Liverpool.
Não sendo uma equipa com história nas competições europeias, aliás, este é o primeiro ano que o clube germânico participa nas provas da UEFA, o TSG Hoffenheim é uma equipa muito matreira e camaleónica, capaz de se adaptar a qualquer circunstância. Não são uma super equipa, mas não têm medo de jogar de igual para igual com qualquer adversário. Veja-se o jogo com o Bayern München (2x0).
Julian Nagelsmann tem surpreendido com o seu estilo irreverente. Este jovem técnico, eleito o melhor da temporada 2016/17 na Bundesliga, tem apenas 30 anos, mas revela uma maturidade incrível na sua classe. Prepara a equipa de forma meticulosa para cada duelo, adaptando-a às mais diversas circunstâncias do jogo e do adversário.
A filosofia do treinador germânico assenta num 5-3-2, que se transforma em grande parte do tempo num 3-5-2, com os dois laterais (Kaderábek e Zuber) a privilegiarem o futebol ofensivo, deixando algumas crateras no capítulo defensivo, que podem ser exploradas pelos Gverreiros do Minho.
Esta é uma equipa que tem uma forte reação à perda de bola e mordaz no contra-ataque, com grandes protagonistas na frente: Uth vai aproveitando para fazer estragos na ausência de Sandro Wagner, ao lado do goleador Kramaric. Atenção a estes dois!
Na baliza, Oliver Baumann é dono e senhor da posição desde 2014. Seguro e destemido entre os postes. O jovem suíço Gregor Kobel é a alternativa.
Na defesa, algumas saídas de peças fundamentais na última temporada, nomeadamente o lateral direito Toljan (Dortmund) e o central Süle (Bayern). O checo Kaderábek, muito rápido nas transições defesa-ataque, ocupou a vaga após a saída de Toljan. Na esquerda, Zuber tem sido aposta contínua de Nagelsmann.
No eixo, Hubner (exímio no corte) é indiscutível e vai dividindo o setor com Nordtveit, Bicakcic e Vogt, embora este último esteja praticamente fora do encontro com o Braga. Caso jogue, o Braga deve explorar as fragilidades do bósnio Bicakcic.
No miolo, um tridente jovem, mas de enormíssima qualidade. Demirbay e Amiri são apostas na continuidade, enquanto Geiger, mais defensivo e responsável por estancar o fluxo ofensivo do adversário, começa a dar os primeiros passos na equipa principal. Criam muitos desequilíbrios!
No ataque, Mark Uth vai marcando pontos na ausência de Wagner. Kramaric é a estrela da companhia, um avançado muito móvel e de fino recorte técnico. Szalai e Gnabry são outras opções de relevo, mas devem falhar a receção ao Braga.
Forte reação à perda
A equipa de Julian Nagelsmann tem uma forte capacidade de reação à perda. Assim que o esférico está na posse do adversário, os homens do Hoffenheim são como lobos famintos em busca do alimento. Muito fortes nessa pressão.
Espaços em aberto nos corredores
Com dois laterais de maior vocação ofensiva, casos de Kaderábek e Zuber, o Hoffenheim apresenta alguns problemas nos corredores, deixando sempre muito espaço ao adversário. O Braga pode explorar essa vertente, pois tem extremos criativos e capazes de imprimir velocidade pelas faixas.