Apesar da diferença de potencial entre Marítimo e Dínamo Kiev, a equipa portuguesa soube resistir e, mesmo sem marcando golos na primeira mão nos Barreiros, mantém vivo o objetivo de chegar à fase de grupos da Liga Europa. A equipa de Daniel Ramos conseguiu um nulo frente à formação ucraniana e Kiev será o palco de todas as decisões na eliminatória.
Rapidamente se viu que a qualidade do adversário era superior. Jogadores como Yarmolenko e Derlis González tentavam desequilibrar desde cedo, mas o Marítimo esforçava-se por manter uma atitude positiva e um jogo aberto, olhos nos olhos com o adversário. Com sucesso em boa parte do encontro.
À falta de Edgar Costa e Rodrigo Pinho, era Ricardo Valente quem tentava criar perigo no primeiro tempo a favor da formação portuguesa. Duas tentativas do extremo criaram calafrios aos ucranianos, primeiro com defesa de Koval e depois com a bola a rasar a barra.
O Dínamo Kiev pareceu perceber então que a eliminatória estava longe de ser favas contadas e imprimiu mais pressão nos insulares, passando a chegar ao último terço com mais frequência ao último terço, que tinha Charles como última barreira. O guardião brasileiro, no entanto, transmitia confiança, destacando-se uma grande defesa a remate de Kadar num pontapé de canto.
O segundo tempo foi semelhante. O Dínamo manteve-se durante algum tempo por cima do encontro, mas a equipa portuguesa não se deixava intimidar e conseguia também, ocasionalmente, criar perigo. Com Erdem Sen a batalhar, Éber Bessa a construir e Ricardo Valente, em particular, a tentar definir os lances, era possível acreditar num resultado claramente positivo.
Charles voltou a brilhar numa boa tentativa de Garmash, tal como fez bem mais tarde após um cabeceamento de Mbokani. A segurança transmitida a partir de trás sentia-se nos setores ofensivos e Éber Bessa ainda ficou muito próximo de dar o triunfo ao Marítimo, mas a bola passou ligeiramente ao lado da baliza do Dínamo Kiev, que terminaria o encontro reduzida a dez elementos face à expulsão de Khacheridi.
Se era ainda melhor ter marcado em casa? Sim, claro, e pela forma como decorreu o jogo isso não era de todo impossível. Mas o empate a zero mantém a equipa do Marítimo viva na eliminatória e é bem possível sonhar com uma noite de sonho em solo ucraniano.