Sérgio Conceição tinha deixado o aviso no final do jogo com o Estoril e na antevisão desta partida: «Não vamos marcar sempre quatro golos, nem ter exibições brilhantes». Foi isso que se viu em Tondela, mas também se percebeu que o FC Porto tem uma versão de combate. Uma versão segura suficiente para garantir três pontos mesmo quando não se é brilhante.
Soares não estava e avançou Marega. Esperava o treinador do FC Porto que o maliano fizesse semelhante ao que tinha feito na 1ª jornada. Ainda assim, e se o FC Porto teve uma exibição menos positiva muito se deve a Marega.
Chegou para somar mais três pontos, perante um Tondela que soube defender, teve ideias boas a atacar, mas faltou sempre decidir com qualidade.
Marega e Aboubakar estavam a ter dificuldades em jogar apoiado e as roturas não estavam acontecer. A equipa de Pepa sabia anular e sabia ter bola com alguma qualidade, faltando ainda assim o último passe. Os minutos iam passando e o FC Porto começou a encontrar espaços, quase sempre em jogadas pelo flanco direito. Corona e Ricardo iam mostrando entendimento e nessa fase valia o desacerto de Marega ao Tondela. A primeira parte do avançado do Mali foi uma espécie de recordação de tempos antigos.
Na melhor fase do dragão surgiu o golo. A bola acaba nos pés de Aboubakar após um remate falhado de Alex Telles. Primeiro Cláudio Ramos e depois o vídeo-árbitro atrasaram a festa, mas o golo acabou mesmo por ser validado. Pouco depois podia ter existido nova festa portista, mas Marega perdeu de forma quase ridícula um cruzamento rasteiro de Ricardo Pereira. O resultado ao intervalo ajustava-se, ainda que Hélder Tavares tenha tido a oportunidade de empatar, no último lance dos primeiros 45 minutos.
Aboubakar ainda atirou ao poste numa jogada de Corona, mas percebia-se as dificuldades no ataque. Óliver jogava cada vez mais ao lado de Danilo na primeira fase de construção e a equipa tinha segurança nessa altura. Foi por isso estranho ver o espanhol sair para a entrada de Herrera e mais estranho foi ver Iker Casillas quase oferecer o empate à equipa do Tondela. Valeu Alex Telles a emendar uma abordagem disparatada do internacional espanhol.
Foi nessa altura que Sérgio Conceição percebeu que tinha de reforçar o meio-campo e a entrada de André André parecia que ia servir para cimentar os três pontos. Não foi o que aconteceu e os espaços começaram estranhamente a aparecer na até aqui sólida defesa azul e branca. Valeu Casillas por duas vezes a negar o empate e valer uma espécie de «ufa!» aos adeptos portistas.
Sérgio Conceição e o FC Porto saíram de Tondela com uma daquelas vitórias que solidificam uma equipa, mas que mostrou que nem tudo está no ponto, especialmente quando se olha para a exibição dos dois avançados.