Marcos Acuña já está a treinar com o plantel do Sporting e terá custado cerca de 9,6 milhões de euros aos cofres leoninos, ainda que o negócio envolva mais do que apenas a transferência. Era o reforço que Jorge Jesus queria para o lado esquerdo do meio-campo, um lugar que parece ter sido deixado vago por Bryan Ruiz.
O zerozero foi conhecer melhor a história do nono reforço dos leões. Um jogador a quem fecharam quase todas as portas, mas que recusou desistir até chegar à seleção argentina.
Marcos Javier Acuña nasceu a 28 de outubro de 1991, na pequena cidade de Zapala, na Patagónia, uma zona mais conhecida pelos seus roteiros turísticos do que pelos seus jogadores. Curiosamente, Marcus Acuña é o primeiro jogador da cidade que chega à seleção argentina...mas já lá vamos.
Começou a dar nas vistas muito novo. Começou a jogar no pequeno clube da terra, o Don Bosco Club, e deu logo nas vistas. Jogava como defesa esquerdo e dava nas vistas pela sua capacidade técnica e pela facilidade com que fazia todo o flanco. Entre os 13 e os 17 anos foi chamado a fazer testes a vários clubes, tendo sido essa a pior fase da sua curta carreira. O potencial estava lá, mas as coisas estavam a correr tão mal que até chegou a pensar em desistir do futebol.
Foram quatro anos complicados para Acuña. Fez testes em seis clubes na Argentina e foi rejeitado por todos. River Plate, Boca Juniors, San Lorenzo, Tigres, Quilmes e Argentinos, todos rejeitaram o jogador. Ou por ser pequeno, ou por não ser forte fisicamente, as portas foram sendo fechadas a Marcos Acuña. A desilusão começou a ser tal que o agora reforço do Sporting chegou a pensar dizer adeus ao futebol. «Disse-me: Mãe vou desistir, não gastes mais dinheiro com isto», disse a mãe de Acuña numa entrevista ao jornal A Bola.
Acabou por ficar na capital da Argentina, Buenos Aires, mas a jogar no modesto Ferro Carril Oeste. Terminou a formação no clube e foi promovido à equipa principal em 2009 e estreou-se no mesmo ano na segunda divisão argentina. Fez quatro temporadas no Ferro até ter sido comprado pelo Racing Club, um dos maiores na Argentina.
No Racing destacou-se pela sua regularidade e pelas assistências, tendo sido, na última temporada, o jogador com mais passes para golo em toda a prova. Foram 13 assistências no total, mais cinco do que o segundo classificado Cristian Pavón. Um registo muito interessante tendo em conta que o Racing terminou a época no quarto lugar.
A ascensão no Racing abriu-lhe as portas da seleção argentina e Acuña vestiu pela primeira vez a albi-celeste a 15 de novembro de 2016, num jogo de qualificação para o Mundial frente à Colômbia. Repetiu a presença frente à Bolívia e participou também em amigáveis contra Brasil (entrou aos 90') e Singapura (foi totalista).
Uma história que conhece novo capítulo em Alvalade mas é na Suíça que o argentino irá começar a mostrar o que vale a Jorge Jesus.