Era o duelo dos pequenos antes da entrada em cena dos grandes. Camarões e Austrália entraram em campo em São Petersburgo com zero pontos conquistados, saíram com apenas um ponto para cada. É verdade que nenhuma das equipas ficou ainda eliminada, e havia a possibilidade de tal acontecer, mas também é verdade que esta era claramente a melhor ocasião para uma das formações somarem três pontos entre as três jornadas.
Um duelo equilibrado nos pontos positivos e também nos negativos - tantos erros nos ataques, de parte a parte... - resultou num empate a uma bola, com um golo para cada equipa em cada parte e um momento de classe por parte dos Camarões a ser dos poucos momentos marcantes do encontro.
O arranque foi minimamente interessante, com um jogo aberto e com a Austrália a lançar os primeiros avisos, muito graças a Mooy e Rogic. Falamos dos primeiros 15 minutos, porque depois disso haveria um longo período de estudo mútuo tático e pouco futebol ofensivo.
Passou a marca dos 15' e a bola andou de cá para lá, sem conseguir entusiasmar sequer os adeptos das equipas em campo. Quando se aproximava das grandes áreas, não era bem tratada pelos atacantes e os lances perdiam-se. Foi preciso aproximarmo-nos do intervalo para que se vissem momentos ofensivos dignos de registo em São Petersburgo, com o trio de ataque camaronês a conseguir por fim demonstrar capacidade para desequilibrar.
Uma combinação entre Moukandjo e Aboubakar impressionou mas não teve resultado visível, antes de surgir por fim o primeiro golo do encontro, num lance de classe de Anguissa. Um passe longo de Ngadeu-Ngadjui encontrou Zambo Anguissa, que colocou a bola sobre o guarda-redes australiano com um toque delicado de primeira. Um golo bem-vindo para terminar em alta 45 minutos pouco entusiasmantes.
Em desvantagem no encontro, os Socceroos tentaram reagir no segundo tempo e até conseguiam controlar a bola a meio-campo e colocá-la no último terço, mas quando lá chegava faltava sempre qualidade. Os ataques eram previsíveis, sem ideias, e não exigiam demasiado esforço por parte da defesa adversária.
Os Leões Indomáveis, por outro lado, podiam não conseguir controlar o encontro mas demonstravam de quando em vez o talento e velocidade para criarem ocasiões claras e, assim, aproximarem-se do 2x0. Aboubakar foi servido de bandeja por Bassogog para dilatar o resultado aos 58', mas não conseguiu acertar no alvo. Pedia-se muito mais ao ponta-de-lança e houve muitos pares de mãos levados à cabeça pelos adeptos presentes no estádio.
O falhanço reforçou a esperança australiana e Gersbach conseguiu ganhar uma falta na grande área camaronesa. Milligan correspondeu no penálti, colocando a bola no canto inferior esquerdo, e o empate estava restabelecido, castigando os Camarões pelos erros, que aumentariam na quota logo de seguida, novamente com Aboubakar a desperdiçar na cara do golo.
O avançado camaronês teve ainda mais algumas ocasiões - não tão claras como as anteriores - mas não teve melhor sorte e não conseguiu evitar um resultado que deixa as duas equipas vivas na competição, mas por muito pouco.