A revolta dos pastéis de Belém

Desilusão! Este foi o sentimento que invadiu as bancadas do estádio de Alvalade ao minuto 83. Tudo porque foi a partir desse momento que o leão deixou escapar os azuis do Restelo para uma reviravolta impressionante no marcador. Bruno César ainda deu vantagem ao conjunto de Jorge Jesus, mas Abel Camará, Dinis Almeida e Gonçalo Silva colocaram um ponto final numa série negra do Belenenses no Campeonato.

O lento despertar do leão

O horário pouco habitual do encontro entre Sporting e Belenenses deixava no ar algumas dúvidas em torno da disponibilidade física dos jogadores das duas equipas. Bruno Paixão deu o apito inicial quando o relógio marcava 11h45 e não foi fácil o leão 'acordar' para o encontro, sobretudo para a importância de conquistar os três pontos.

Marcada por um ciclo extremamente negativo nos últimos meses – sete derrotas consecutivas na Liga NOS -, a equipa de Domingos Paciência teve dificuldades para contrariar o maior caudal ofensivo do Sporting, ainda que o primeiro remate da partida tenha pertencido ao médio azul Vítor Gomes.

Após um arranque marcado por alguns passes errados e jogadas inconsequentes, a máquina de Jesus foi afinando à medida que o relógio ia avançando e começou a construir com algum critério, embora sem incomodar realmente o guarda-redes Hugo Ventura. Aliás, o primeiro e único remate no primeiro tempo dos leões surgiu apenas aos 26 minutos, resultando de uma bela jogada de entendimento entre Bruno César e Adrien Silva.

Os visitantes estavam reféns do contra-ataque, mas também não foram muito felizes na 1.ª parte. Sebástian Coates, imperial no eixo defensivo, não deu margem para grandes aventuras da equipa de Paciência e o empate ao intervalo não foi mais do que o reflexo de um primeiro tempo sem grandes oportunidades.

Claque do Sporting prestou homenagem a Marco Ficini ©Global Imagens / Filipe Amorim

Bruno César apontou meta, Matheus sabotou caminho

O resultado não servia as pretensões do leão, ainda de olho no segundo lugar. Por isso, a entrada forte para o segundo tempo resultou no golo de Bruno César, aos 52 minutos, que nasceu de um lance algo confuso. Bryan Ruiz cruzou na esquerda, a bola bateu na barra e, perante a passividade belenense, Bruno César encostou para o fundo da baliza.

O golo deu um novo alento à equipa do Sporting, criando uma dinâmica completamente diferente. Os verdes e brancos passaram a dominar em todas as linhas, reduzindo o Belenenses ao último terço azul e nada fazia adivinhar o golo do empate...

Contudo, Matheus Pereira decidiu sabotar o plano de Bruno César e colocou mão à bola num cruzamento de Edgar Ié. Bruno Paixão estava atento e não teve dúvidas em apontar para a marca dos onze metros. Abel Camará não desperdiçou e celebrou após uma semana difícil, marcada por uma alegada tentativa de agressão após a última jornada.

Castaignos entregou papel de herói a Dinis

Na tentativa de recuperar de novo a vantagem, Jorge Jesus apostou em Luc Castaignos e Joel Campbell para o setor ofensivo. E se Campbell conseguiu dar outra largura ao corredor, já Castaignos foi uma autêntica desilusão.

O avançado holandês teve oportunidade de ouro aos 81 minutos, mas não teve arte nem engenho para bater Hugo Ventura no um para um, após hesitação imperdoável do guarda-redes do Belenenses.

O leão vacilou e quem aproveitou foi o Belenenses. Dinis Almeida materializou a cambalhota no marcador, aos 83 minutos, correspondendo na perfeição a cruzamento do jovem Benny, e Gonçalo Silva colocou um ponto final nas dúvidas. Os três pontos seguem para o Restelo e o Sporting fica mais longe do segundo lugar, meta praticamente impossível de ser atingida.