Seis anos depois o histórico Portimonense está de regresso ao principal escalão do futebol português. O último fim de semana confirmou a subida de divisão dos algarvios, depois de uma temporada em que se percebeu bem cedo o caminho para o sucesso trilhado pelo emblema de Portimão. A festa rija fez-se no domingo e começou graças à derrota caseira do Varzim (0x4) e em plena viagem, dentro do autocarro.
Em entrevista exclusiva ao zerozero no dia seguinte, Ricardo Pessoa, capitão e símbolo do Portimonense, revelou a forma como se viveram os momentos imediatamente antes e depois de perceberem que a I Liga era uma realidade. «Começaram os jogos e foram surgindo os golos do Covilhã e a partir de um certo momento percebemos que era inevitável e que íamos subir naquele momento. Foi um momento bonito...», contou o defesa de 35 anos, antes de prosseguir a narração do momento.
Uma festa que podia ter acontecido umas horas antes, em Viseu, mas a derrota no Fontelo (1x0) acabou por adiar a consagração de uma época tranquila e dominadora. «Sabíamos que tínhamos uma vantagem pontual muito grande desde muito cedo. Tentamos ser ir aumentando essa vantagem, mas infelizmente nos últimos jogos os resultados não espelhavam tudo aquilo que tínhamos feito até ao momento, mas o conforto pontual permitiu-nos subir nesta jornada», analisou Ricardo Pessoa.
Uma subida com o dedo do «mestre» Vítor Oliveira, que logrou a 10ª promoção à I Liga, a quinta consecutiva. O futuro do treinador de 63 anos passa a ser a grande incógnita nas próximas semanas, até porque o próprio nunca se alongou sobre este tema no balneário algarvio. «Ele nunca se abriu muito em relação a isso. O que ele sempre disse foi que depois de conseguir o nosso objetivo que aí sim ia sentar-se à mesa com as pessoas, com os responsáveis do clube para poder decidir isso», revela o capitão do Portimonense.
«O certo é que são 10 subidas e nós só temos a agradecer por se ter juntado a nós e a um clube que também lhe diz muito para subir este clube. É um obrigado meu e do grupo de trabalho. E claro, quando as coisas têm sucesso é sempre mais fácil programar aquilo que é o futuro. Mas ele nunca se abriu muito connosco em relação a esse tema, a preocupação dele era recolocar o clube na I Liga e então depois decidir as coisas», acrescentou Ricardo Pessoa em tom de agradecimento.
Agora, seis anos depois, o Portimonense volta a ser de primeira. Em 2010/2011 não resistiu e voltou a descer apenas uma época depois. Por isso, perguntamos a Ricardo Pessoa o que o leva a acreditar numa realidade diferente em 2017/2018. «Toda a estrutura que o clube hoje tem e que não tinha há seis anos. Este é um clube completamente diferente daquele que era no tempo dessa subida. É um clube estruturado, com poder, dentro das suas limitações, para se manter na I Liga, com uma estrutura equilibrada», diz, sustentando assim uma certeza.
Foco no individual, o «eterno» capitão do conjunto algarvio chega novamente à I Liga - pela 6ª vez. Aos 35 anos, Ricardo Pessoa coroou a própria carreira com mais uma oportunidade no palco maior do futebol português, onde espera «pendurar as chuteiras». «Chegar aos 35 anos e jogar na I Liga é sempre fantástico e espero poder terminar a minha carreira na I Liga», atirou.
1-0 | ||
Tiago Borges 72' |