Quatro golos de Bas Dost. A goleada do Sporting em Tondela (4x1), este sábado, conta-se essencialmente pelos golos do ponta de lança holandês. Dois de jogo «corrido» e outros tantos de grande penalidade, numa exibição (quase) perfeita do ponto de vista de um avançado de área. Mas o triunfo leonino também teve muito de Podence na estreia a titular pelo Sporting.
Não há tamanho ou idade que engane, Daniel Podence é um senhor jogador. Lançado à titularidade leonina em Tondela - em virtude do castigo de Alan Ruiz -, o jovem de 21 anos não deixou os créditos por mãos alheias. Elétrico, sempre disponível e tecnicamente dotado, Podence foi um dos homens mais na equipa do Sporting, logo atrás de Bas Dost.
Podence no foco, sempre. Com Bryan Ruiz a sentir dificuldades a fazer de Adrien e Matheus Pereira - a outra grande novidade - «desligado» na primeira parte, foi o ex-Moreirense quem mexeu quase sempre com a equipa, e com ele mexia-se Gelson. O extremo acompanhava Podence na velocidade e intensidade, mas teve uma noite menos na decisão, com vários «lapsos» no momento final.
Por isso, o primeiro sinal de perigo do Sporting nasceu de um arrancada de Podence, que acabou derrubado à entrada da área, aos nove minutos; Bryan Ruiz cobrou o livre e Cláudio Ramos voou para defesa tão espetacular quanto eficaz. Mas se Podence ia dando argumentos a Jorge Jesus para o ver como «gente grande», o resto da equipa pecava, apesar do controlo.
E o jogo estava tão aborrecido que nem Bruno de Carvalho disfarçou. O presidente dos leões passou largos minutos com os olhos no telemóvel, alheio ao que se passava dentro de campo - que era pouco, de facto.
Assistia-se em Tondela a uma espécie de pacto de não agressão. O Sporting tinha mais a bola, circulava-a mais, ainda que de forma lenta (até chegar a Podence e Gelson); o Tondela, faminto de pontos na zona proíbida da tabela, não mostrava apetite suficiente para devorar um leão que acabou por morder aos 33 minutos.
Lançamento de linha lateral de Zeegelaar, Podence recbeu junto à linha de fundo e com visão, rapidez e eficácia técnica colocou a bola em Bas Dost, que totalmente solto de marcação não teve problemas em bater Cláudio Ramos. Um golo com assinatura do melhor em campo naquele momento - Podence - e o matador de excelência da Liga portuguesa.
Aconteceu mais na segunda parte, também porque o Tondela surgiu mais afoito e espevitado. Ainda assim foi o Sporting a ter as primeiras ocasiões de perigo, com Bas Dost a adiar o inevitável - que aconteceria aos 55 minutos. Antes, o golo da equipa de Pepa (53'). Pedro Nuno, o melhor dos beirões, a cruzar da direita e Jhon Murillo a surgir vindo de trás, sem hipóteses para Rui Patrício.
Esperava-se que o golo servisse de balão de oxigénio ao Tondela, mas não houve tempo sequer para o primeiro sopro. Na resposta imediata, Matheus Pereira «furou» a muralha beirã e encontrou Bas Dost, e o holandês não é de falhar golos feitos. 1x2, e uma palavra para Matheus Pereira. Começou apagado, mas depois Jesus chamou-o à linha, a meio da primeira parte, e pediu-lhe que jogasse como treina... e o extremo subiu de rendimento, enquanto Gelson - e Podence, diga-se - decresciam.
Há na vitória do Sporting, este sábado, quase tudo de Bas Dost e muito daquilo que os miúdos deram, com destaque para Podence. Mas também há insuficiências de um Tondela que vai lutar pela sobrevivência até ao fim. Pedro Nuno, Jhon Murillo ou Miguel Cardoso são destaques de uma equipa com limitações, sobretudo defensivas.
Kaká, por exemplo, teve uma noite para esquecer, implicado que esteve diretamente no segundo e terceiro golo do Sporting. Aos 71', Bas Dost completou o hattrick, de grande penalidade, e fechou com o poker, novamente na transformação de um castigo máximo, aos 78 minutos. E o holandês até podia ter chegado à mão cheia de golos, outra vez da marca dos 11 metros, mas Cláudio Ramos já estava «farto» da «brincadeira» e travou o último remate de Bas Dost, aos 90 minutos.