Quatro golos sem resposta e nova liderança provisória para o FC Porto, que esta noite somou, em Arouca, a nona vitória consecutiva no campeonato, graças a um bis de Soares e golos de Danilo e Jota. A equipa portista, que teve forte apoio nas bancadas do Municipal de Arouca e que assumiu sem grande dificuldade o controlo do jogo, está novamente na liderança provisória do campeonato, sabendo que o rival Benfica terá de derrotar o Belenenses na segunda-feira para terminar a ronda como líder.
O FC Porto não jogava em casa, tecnicamente falando, mas parecia. Face ao momento de forma da equipa, que vinha já de oito vitórias seguidas na Liga e de uma goleada por 7x0 frente ao Nacional, grande parte das bancadas em Arouca estavam em tons de azul e branco, com os adeptos portistas a tomarem conta da noite no que toca a decibéis, por oposição a adeptos arouquenses mais discretos. E discreta foi também a exibição da equipa de Manuel Machado, em clara de crise de resultados, que esta noite somou a quinta derrota consecutiva. Sob o comando do novo treinador, a equipa arouquense continua a não conseguir pontuar.
Esta noite, a derrota da equipa da casa surgiu em grande parte devido ao ataque aéreo do FC Porto logo no primeiro tempo, sem oposição capaz de o contrariar. O arranque do encontro foi relativamente dividido, com os médios do Arouca a tentarem colocar a bola na dupla de extremos composta por Mateus e Kuca e o FC Porto, pelo menos numa fase inicial, sem conseguir impôr por completo o seu ritmo. À passagem do quarto de hora de jogo, no entanto, o placard mexeu pela primeira vez e os contornos do esperado domínio portista começaram a surgir.
Depois dos ziguezagues habituais nos primeiros minutos, sem consequência, Brahimi dispôs de um livre na direita e lançou a bola para o coração da área de Bracali, que substituiu Bolat na baliza do Arouca. Danilo Pereira apareceu entre os defesas arouquenses e, com a cabeça, fez a bola voar na direção do canto superior direito da baliza. Bracali bem se esticou, mas a bola estava longe do seu alcance e foi parar ao fundo das redes pela primeira vez.
E a partir daqui, o jogo mudou. O FC Porto partiu de imediato em busca do segundo, alternando o jogo apoiado com os passes mais longos, e quase ampliava o resultado logo depois. Brahimi, mais uma vez ele, isolou Soares e o avançado brasileiro ficou cara a cara com Bracali, mas o desvio acertou no poste da baliza antes de sair. Pelo chão, já se via, a eficácia não era tanta, mas as bolas aéreas eram constante ameaça a favor do FC Porto.
Sete minutos depois do primeiro golo, novamente num livre, Alex Telles encontrou Marcano e o espanhol, em boa posição para marcar, falhou o alvo. Logo de seguida, no entanto, surgiu mesmo o segundo golo que já há muito rondava a baliza de Bracali, com um cruzamente de Óliver para o cabeceamento de Soares, que assim chegou aos oito golos em apenas seis jogos de azul-e-branco, numa noite em que até desperdiçou boas ocasiões para marcar mais.
Com apenas 25 minutos jogados, a liderança à condição estava assim já muito bem encaminhada para o conjunto de Nuno Espírito Santo, que até ao intervalo ainda viu Soares cabecear ao lado depois de novo cruzamento de Brahimi e viu Casillas agarrar um remate de Crivellaro em cima do apito de Hugo Miguel que enviou as equipas de volta para os balneários.
Em desvantagem e com a derrota como cenário mais provável, Manuel Machado mexeu na equipa cedo: trocou Crivellaro por Walter González e, depois, Kuca por Artur. Pelo meio, mais um cruzamento portista a ameaçar, com a bola lançada por Soares de forma tensa a passar perto de Felipe, que por pouco não conseguiu desviar para o terceiro.