Num estádio em clima de festa de Taça, a equipa da casa apresentou-se apenas com uma pequena surpresa na equipa inicial: o técnico Pedro Martins deixou Rafael Martins no banco e colocou Sturgeon no onze, com Marega a assumir a posição mais central e avançada do ataque vitoriano. Do lado flaviense surgiu o esperado ataque com Fábio Martins, Perdigão e Rafael Lopes.
Logo desde o apito inicial o Vitória, pouco intimidado pelas credenciais dos flavienses nesta Taça, procurava colocar a bola em Marega com frequência, remetendo o Chaves a tentativas de longa distância. Braga rematou de fora da área logo aos 5 minutos, mas a bola passou muito longe da baliza de Miguel Silva.
Não seria preciso esperar muito tempo para surgir o momento mágico da partida, com Hernâni como protagonista. Na sequência de uma recuperação de bola de Zungu, a bola chegou ao coração da área flaviense e depois das insistências de Hurtado e Celis apareceu Hernâni a fazer magia: com um fantástico pontapé de bicicleta, enviou a bola colocada para o fundo das redes de António Filipe, apontando um golaço que animou as hostes vitorianas e, na verdade, qualquer adepto do bom futebol.
Bruno Esteves viu um alegado toque com a mão de Pedro Henrique e desta vez chegou a assinalar o penálti a favor do Chaves, mas acabou por voltar atrás na decisão após indicação do auxiliar. A segunda decisão é correta, já que o central do Vitória toca na bola com o tronco, mas com isto instalou-se a confusão na área vitoriana e os ânimos demoraram a serenar.
O Chaves estava por esta altura em claro crescendo e depois dos lances polémicos na grande área adversária viu-se ainda, até ao intervalo, Perdigão a cabecear ao lado depois de um livre de Bressan e o guarda-redes Miguel Silva a arriscar demasiado aos 44 minutos, tendo tido de resolver o lance em esforço. Ainda antes do intervalo, pediu-se o segundo amarelo para Marega por este ter rematado a bola depois de o lance ter sido interrompido, e com critérios mais apertados a expulsão não teria sido sem fundamento.
No segundo tempo Ricardo Soares acabou por se ver privado de Perdigão, que exibiu problemas físicos e, depois de ter sido assistido, teve mesmo de deixar a partida. Mais tarde, viu ainda a sua equipa ficar ainda mais longe do sonho do Jamor. Já aos 76 minutos, um fabuloso passe de Tozé encontrou Hernâni, que bisou no encontro com um chapéu sobre António Filipe. Se havia dúvidas, estas acabaram aqui: esta era mesmo a noite de Hernâni.
Marega ainda ameaçou o terceiro logo de seguida mas o Chaves deu tudo para reagir e conseguir, pelo menos, um precioso golo fora de portas, mas Miguel Silva travou Rafael Lopes com uma bela mancha aos 81' e Nuno André Coelho cabeceou ao lado já aos 87'. A vitória por 2x0 deixa o V. Guimarães muito próximo de garantir a presença na final do Jamor.