Continua o equilíbrio nos dérbis madeirenses entre Marítimo e Nacional. Num jogo historicamente renhido e aguerrido pela rivalidade na ilha madeirense, o Marítimo não conseguiu aproveitar o empate do V.Guimarães no Restelo e mantém a distância de três pontos para os lugares europeus. O Nacional, com um empate que tem um “bom sabor” mostrou que tem capacidade para sair da situação aflita que vive na classificação.
O dérbi madeirense começou a todo o gás para a equipa de Daniel Ramos. Mais posse de bola, rapidez de movimentos, intensidade na pressão e sempre com a intenção de iniciar os ataques a partir da sua defesa. Luís Martins e Patrick Vieira tinham a missão de dar largura à equipa verde-rubra, para beneficiar dos cruzamentos do lateral esquerdo emprestado pelo Granada ao Marítimo, mas sem resultados visíveis. O Nacional, por sua vez, tentava chegar à frente através de passes a explorar as costas da defesa verde-rubra e aproveitando os lances de bola parada (leia-se os cabeceamentos de Rui Correia) para criar perigo na baliza de Charles.
Mas tudo mudou para o Nacional a partir de, precisamente, um lance de bola parada. Após escorregadela e livre de Sequeira, Ricardo Gomes cabeceou de forma perigosa para defesa atenta de Charles.
O Nacional ganhou confiança com este lance e começou a ser uma equipa mais agressiva no meio-campo com a “luta” entre as duplas Washington-Filipe Gonçalves e Éber Bessa-Fransérgio a cair para o lado dos alvinegros. A equipa de Jokanovic pegou mais no jogo, criou mais jogo no meio-campo do Marítimo e a partida ficou mais combativa, com ascendente para o Nacional. A equipa dos Barreiros acabaria a primeira parte em dificuldades para suster o entusiasmo da equipa da Choupana.
A segunda parte havia de começar com o lance mais duvidoso e polémico da partida: cruzamento de Luís Martins com Dyego Sousa a desviar certeiro ao segundo poste. Porém o árbitro João Pinheiro considerou que o cruzamento descreveu um arco por fora da linha de fundo e anulou o que poderia ser o primeiro golo do jogo.
A partida entrava numa fase mais rápida, mais aberta e bastante dividida em termos de ascendentes mas tardava em chegar o primeiro golo da partida. O tempo passava, o jogo começava a ficar mais disputado a meio campo mas sem grandes oportunidades de golo. As equipas “preferiram” tornar o jogo mais duro, com mais faltas, faltas essas que originaram os lances mais perigosos até final da partida: primeiro por Salvador para o Nacional e depois Luís Martins para o Marítimo. O Marítimo, nos últimos minutos ainda tentou chegar à vitória mas não conseguiu chegar ao golo, não aproveitando o empate do V.Guimarães no Restelo, na luta pela Europa.
Minuto 48: Golo anulado a Dyego Sousa. Fransérgio descobriu Luís Martins a chegar à linha final, o lateral esquerdo cruzou para o cabeceamento certeiro do avançado brasileiro. O golo seria anulado por eventual saída de bola após o cruzamento de Luís Martins. Poderia ter sido o lance decisivo deste jogo bastante dividido. Fica a dúvida se a decisão de João Pinheiro foi ou não acertada.
Claramente a exibição de João Pinheiro no dérbi madeirense fica marcada pela anulação do golo a Dyego Sousa, no início da segunda parte, e pelo lance entre Sequeira e Djoussé na área do Marítimo, a terminar o jogo. Os lances são duvidosos e não se consegue saber se as decisões foram ou não corretas. Teve uma primeira parte discreta mas no resto do jogo deixou decisões bastante contestadas pelos maritimistas.
Apesar de ser última classificada, esta equipa do Nacional não demonstra o lugar que ocupa na tabela. Começou mal a partida mas, taticamente, Jokanovic tem o Nacional bastante bem trabalhado. A “vitória” na luta Washington-Filipe Gonçalves vs Éber Bessa-Fransérgio é bem prova disso.
Depois de uma primeira parte de bom nível no dérbi madeirense, a segunda parte devia e merecia ter sido melhor. Começou bem mas com o avançar do relógio, as equipas retraíram-se e preferiram tornar o jogo mais duro e faltoso. Valeu pelos primeiros dez minutos, onde as duas equipas quiseram disputar o jogo.