Não é a primeira nem segunda e, porventura, não será a última vez que lhe vamos falar da vida de um jogador que não foi nada fácil até chegar às luzes da ribalta. Nas linhas que se seguem, o zerozero revela-lhe alguns pormenores da vida de Diego Perotti, o argentino que se fala por Itália depois do golo (!) na Liga Europa frente ao Plzen.
Nascido a 26 de julho de 1988, em Moreno, uma pequena região a cerca de 25 quilómetros de Buenos Aires, Perotti nunca teve aquilo a que é comum chamar-se de lar normal, com um pai e uma mãe a viverem juntos e felizes com os seus filhos. Para os Perotti a vida foi sempre difícil.
Filho de pais divorciados, cresceu num bairro problemático, onde a droga, a delinquência e os problemas sociais eram frequentes (e ele sem o tal suporte forte da família). Mesmo assim, manteve os sonhos intactos fosse no desporto ou nos estudos, onde tentou a sorte na Psicologia.
O pai, Osmar Perotti, foi um conhecido avançado argentino nos anos 70/80, e Delia, a mãe, uma professora da Educação Física. Está bom de ver que a vida do pequeno Diego acabaria por ter os sonhos embrulhados em desporto.
Daí que ambos tenham visto o filho procurar a sorte no futebol desde os 12 anos, altura em que Dieguito se apresentou aos responsáveis do Boca Juniors para treinar. Começou a dar uns toques na bola ao lado de nomes como Juan Forlín, Sebastián Nayar, Luis Ibáñez e Nico Gaitán.
Rumou, então, para Morón, uma localidade perto de Buenos Aires, e onde viveu os melhores anos da sua infância (se é que os teve) ao serviço do Deportivo local. «Só aí encontrei tudo que não tive no Boca: educação e boas pessoas», disse aquele que ainda hoje é conhecido por essas bandas como El Galgo.
Aí destacou-se tanto com a bola nos pés ao ponto de ter despertado a cobiça do Sevilha, que não teve dúvidas em pagar cerca de 200 mil euros para o contratar. Tinha pretendentes em Itália mas acabou por se decidir por Espanha, isto depois de realizar alguns jogos pela seleção Sub-20 da Argentina.
Mas na andaluzia as coisas não correram bem, no que ao futebol dizem respeito. Foi fustigado por lesões, chegou a ter uma depressão, teve um desentendimento com os adeptos e pensou mesmo em tomar medidas radicais mas manteve a calma no momento de decidir (talvez uma calma que o curso de Criminologia que realizou em Sevilha lhe deram). A solução encontrada pelos responsáveis do Sevilha acabou por passar por emprestá-lo ao Boca, na época 2013/14.Uma época e meia em Génova bastaram para convencer a Roma a tentar (e a conseguir) o seu empréstimo. Convenceu de tal modo que o emblema da capital italiana já o contratou e esta época segue em alta: seis golos em 16 jogos oficiais.
Nas entrevistas que dá (e não gosta de dar muitas), Perotti tem sempre uma coisa clara: «Sei de onde vim e para onde quero ir». E não poupa nas palavras para assumir que a vida em miúdo era «uma merd*».
Hoje em dia, pelas encantadoras ruas de Roma há quem o veja como sucessor de Totti no que à mística dos giallorossi diz respeito. O tempo o dirá.
Diego Perotti (AS Roma) y un gol pintado con la rabona en La copa de la UEFA. Me vuelvo loco: pic.twitter.com/x6Jcpoaeg3
— Don Futbol (@DonFutbol_) 25 de novembro de 2016
4-1 | ||
Edin Džeko 11' 61' 88' Diego Perotti 82' | Martin Zeman 18' |