Portugal entrou a perder na qualificação para o Mundial da Rússia, tal como tinha acontecido há dois anos frente à Albânia, na caminhada para o Europeu que foi conquistado. Sem Cristiano Ronaldo nem Renato Sanches, a turma de Fernando Santos pagou caro dois erros a meio do primeiro tempo. Quaresma, último a ser lançado, ainda conseguiu agitar o jogo, só que foi curto para evitar que o Engenheiro registasse a sua primeira derrota por Portugal em jogos a contar. Passo em falso no arranque, mas que (ainda) não é motivo para apreensão - ainda que faltem muitas coisas a esta equipa.
Só que o alarme serviu à equipa suíça. Sem a estrela Shaqiri (tal como Portugal se apresentou sem Cristiano Ronaldo ou Renato Sanches), o conjunto helvético demorou a perceber como canalizar o seu jogo, mas teve em Embolo a chave, já que o camisola 7, habitual referência de ataque, apareceu a deambular no terreno, deixando a frente para um Seferovic mais posicional e que prendia os dois centrais lusos.
Essa movimentação do jovem suíço acabou por ser decisiva na forma como a Suíça se adiantou no marcador, muito porque William e Adrien não se sentiram totalmente confortáveis com o elemento estranho que foi Moutinho - não pela qualidade, mas pela falta de rotina com os dois sportinguistas, o que fazia com que muitas vezes o trio não ocupasse o espaço certo no campo, proporcionando desequilíbrios do adversário quando aparecia no último terço.
Ainda houve reação na reta final da primeira parte, que foi muito melhor pelo corredor esquerdo (Guerreiro e Nani) do que pelo direito (Cédric não acertou cruzamentos e Bernardo Silva eclipsou-se muito rápido). Mas sem a melhor clarividência.
Para o segundo tempo, houve André Silva, houve também João Mário e houve ainda um regresso ao 4x4x2, já sem William no meio e com Moutinho e Adrien mais vagueantes na zona central. Só que continuava a faltar virtuosismo capaz de desmontar a boa estratégia defensiva dos helvéticos, cada vez mais confortáveis a abordar o jogo, com o relógio a favor.
A cartada que faltava para romper com a apatia era Quaresma, pois claro (o banco também não sugeria mais ninguém), que foi chamado em último recurso para a sua meia parte habitual. Deu o dinamismo que lhe é habitual, só que as pernas dos companheiros já não eram as mesmas e André Silva, em boa verdade, nunca conseguiu encaixar as movimentações necessárias neste sistema tático.