O SC Braga empatou, este sábado, 0x0, com o Villarreal, naquele que foi o último jogo antes da Supertaça Cândido de Oliveira.
Mudança de filosofia em Braga. Com o adeus de Paulo Fonseca e o regresso de José Peseiro aos «arsenalistas», a ideia passa por construir uma equipa mais segura e menos espetacular; corte com a época passada tem, obviamente, prós e contras, destapados no encontro frente ao Villarreal.
Três reforços na ficha de jogo
Para o derradeiro ensaio antes da Supertaça, José Peseiro contou com três reforços. Ricardo Horta e Pedro Tiba foram titulares, sendo que Martínez entrou no segundo tempo. Bakic, outro dos reforços, nem sequer se equipou.
Para o último ensaio antes da Supertaça frente ao Benfica (7 de agosto), o SC Braga regressou ao «velhinho» 1º de Maio - o Municipal de Braga está em obras -, quase como uma metáfora para a reformulação de uma equipa que vai ser diferente em 2016/2017.
Do 4x4x2 virado para o ataque de Paulo Fonseca, José Peseiro fez um 4x2x3x1 que em processo defensivo se transmuta para um 4x1x4x1. A segurança defensiva tem, na ideia de José Peseiro, prioridade sobre a acutilância ofensiva. Com isso, a equipa perde a espetacularidade que evidenciou na época passada e ganha - ou terá de ganhar - maior solidez na hora de defender.
Um forte na baliza e costas vulneráveis
Conversa na linha lateral
Vukcevic saiu a meio da segunda parte e na retina fica uma conversa demorada com José Peseiro junto à linha lateral enquanto decorria o jogo. Não foi possível ouvir o que se disse, mas o montenegrino não parecia muito convencido com o que acaba de fazer em campo
Do ensaio deste sábado frente aos espanhóis sobra, desde já, uma certeza: na baliza, o SC Braga não terá problemas. Marafona foi o titular e o grande garante do nulo. O guarda-redes português teve três intervenções decisivas no primeiro tempo que tiraram o golo ao Villarreal, mas foi uma fonte de segurança até ser substituído por Matheus.
O bom serviço de Marafona prendeu-se com aquele que foi o maior problema dos minhotos: as bolas nas costas dos centrais, especialmente na primeira parte. Willy Boly, que este sábado foi apontado ao FC Porto, foi quem mais dificuldades evidenciou. Deixou escapar Soldado em dois momentos e só a ação de Marafona evitou males maiores.
Um reforço que não faz esquecer Rafa
Pedro Tiba, que regressou de empréstimo ao Valladolid, e Ricardo Horta foram os dois reforços lançados por José Peseiro de início. Se o primeiro esteve quase sempre bem, a defender e também no momento ofensivo - fica na retina um lance aos 42' -, já Horta mostrou mais dificuldades, sobretudo na missão atacante.
Ricardo Horta ainda procura o melhor momento ©Global Imagens / Ivan del Val
É certo que Rafa ainda é jogador do SC Braga, mas a saída do campeão europeu é quase uma certeza. E, por isso, coube a Horta ocupar o lugar no lado esquerdo do meio-campo «arsenalista». O reforço que chegou do Málaga já entendeu a missão defensiva, fechando na linha de quatro à frente de Mauro, mas falta-lhe mostrar mais argumentos ofensivos. Ainda assim, melhorou na segunda parte, quando teve mais espaço e liberdade.
Nesse capítulo, Pedro Santos, o outro homem das alas, esteve sempre mais ativo e dentro do jogo, apesar de se perder muitas vezes em lances individuais. Na frente, Hassan parece ganhar a corrida a Stojiljkovic pelo único lugar de ponta de lança reservado por José Peseiro no esquema preferencial; e há depois Vukcevic. O montenegrino é o pêndulo entre Mauro e Hassan, sendo o primeiro da linha de três a sair na pressão e o homem que se chega ao ponta de lança na hora de atacar.
Alan é ídolo e ainda sabe
Há um nome que continua a fazer as delícias dos adeptos do Braga: Alan. O «veterano» capitão entrou na reta final e fez logo um «túnel» que deixou em delírio os cerca de 5 mil adeptos nas bancadas
Mas seria, curiosamente, através de dois homens que entraram na segunda parte que o SC Braga criaria a melhor ocasião de golo. Muito bem Pedro Santos a servir Stoilijkovic e este, de primeiro, a cruzar rasteiro para Wilson Eduardo, que vindo de trás atirou a centímetros do poste. Deu sensação de golo no 1º de Maio que chegou mesmo a ouvir a música dos festejos; mas foi mesmo falso alarme. Já nos descontos, o Villarreal atirou uma bola à trave.