Não estava no guião, pelo menos da grande maioria dos portugueses, uma entrada em falso da equipa lusa. O empate a uma bola resulta de um jogo onde Portugal esteve longe de ser uma equipa afirmativa e dominadora, apesar de ter tido maior iniciativa. A Islândia, bem a defender e com princípios bem definidos, soube esperar pelo seu momento e alcançou um empate histórico. Ronaldo não "apareceu" e Portugal não mostrou futebol para o discurso de ambição que tem existido na comitiva.
Com os médios portugueses a jogar em zonas próximas, Fernando Santos começou por ver a sua equipa circular a bola muito fora do bloco islandês e sem conseguir criar instabilidade ao adversário. Portugal teve muitas vezes problemas a entrar nos espaços interiores (as tais entrelinhas) e metia pouca gente em zona de finalização. Além de que até foram os islandeses os primeiros a criar perigo.
#PORISL: O golo de Nani foi o 600.º na história dos Europeus. #playmaker #Euro2016
— playmakerstats (@playmaker_PT) 14 de junho de 2016
Danilo e João Moutinho não conseguiam construir e procuravam sempre o jogo exterior. Mas João Mário e André Gomes derivavam muito para o meio e os defesas da lateral davam pouca profundidade. E com isso a bola não chegava aos homens da frente.
Portugal andou perdido, baixou a intensidade e estava sem ideias perante uma Islândia confortável em campo a fechar os caminhos para as redes de Hannes Halldórsson. A entrada de Renato Sanches podia ter oferecido maior explosão e capacidade de progressão e a ida a jogo de Quaresma podia ter dado maior imprevisibilidade. Podia, mas nada disso se viu. O que se assistiu foi Portugal já mais com o coração do que com a razão num relvado onde Cristiano Ronaldo foi completamente anulado pela defesa islandesa.