Era uma vez uma história aos quadradinhos que ficou para sempre gravada nos livros e na memória do futebol português. O Boavista foi campeão há precisamente 15 anos.
18 de maio de 2001. A data está cravada no pensamento e no coração dos boavisteiros. No tempo em que os bilhetes para a bola ainda se compravam com escudos e antes de se entrar nos estádios, ainda se forravam as paredes do estômago com um fino e uma bifana a "150 paus". No tempo em que João Vieira Pinto tinha trocado a Luz por Alvalade e nas Antas não morava um tal de Mário Jardel.
A época foi dominada pelo Boavistão de Jaime Pacheco, que fez da raça e nunca desistir armas para o sucesso. Daí que, nesse dia 18 de maio de 2001, o Boavista deixou de ser o clube da Avenida ou da Rotunda. Passou a ser mais que isso. Passou a estar no ilustre lote de campeões nacionais portugueses, onde moram apenas (e também) Benfica, FC Porto, Sporting e Belenenses.
O checkmate no xadrez do título aconteceu no Estádio do Bessa perante o Desportivo das Aves, de Carlos Carvalhal.
Naquela sexta-feira de maio, o clube de Jaime Pacheco, Martelinho, Pedro Emanuel, Rui Bento, Petit, Erwin Sánchez e Duda deixou de ser apenas a malta das "camisolas esquisitas". João Loureiro era o presidente. 55 anos depois dos homens do Restelo, o Boavista interrompia a ditadura imposta pelos denominados três grandes.
Se no começo era impensável o desfecho que a tal história aos quadradinhos teve, a verdade é que Jaime Pacheco demorou a assumir que o Boavista era candidato ao título. Apenas a oito jornadas do fim é que o treinador assumiu com todas as letras que as Panteras Negras avançam firmes para tentar o título. Conseguiram-no. Passaram 15 anos da tal história aos quadradinhos com final feliz para os boavisteiros.
3-0 | ||
Elpídio Silva 49' Whelliton 64' | José Soares 22' (p.b.) |