12 jogos, 590 minutos, zero golos. O dado estatístico, por si só, não é bom cartão de visita, sobretudo se falarmos de um avançado. Ainda assim, os indicadores dados pelo jovem português podem ser bem mais animadores do que isso, no ponto de vista azul e branco.
Aboubakar foi o homem primordial para a posição 9 no início da temporada. Depois de um ano no sombra de Jackson Martínez, o camaronês parecia ter a escola necessária para fazer explodir todo o seu potencial. E até nem começou nada mal, só que o andar da carruagem portista foi tendo um efeito contrário e, aos poucos, o jogador foi perdendo a confiança em si, os adeptos foram perdendo a confiança no seu artilheiro e os treinadores... também.
Quem tem aproveitado é André Silva. Depois de ser lançado por Lopetegui, após uma grande primeira volta na equipa B, o português parecia condenado a um retrocesso, já que o mês de janeiro trouxe reforços e não o levou ao empréstimo que se contava. Só que o insucesso coletivo acabou por lhe proporcionar nova oportunidade.
Uma oportunidade que não parece ser nada fugaz. Apesar de ter voltado ao banco contra o Sporting, o camisola 19 tornou a ganhar vaga de início contra o Rio Ave.
De olho no dianteiro, que sofreu a grande penalidade que Miguel Layún converteu, o zerozero foi tirando notas, qual olheiro em observação, sobre o jovem de 20 anos.
Numa missão bastante trabalhosa, o avançado foi constante na pressão sobre os centrais adversários. O seu trabalho sem bola é bastante útil e nota-se em André Silva uma abnegação na luta que vai até ao guarda-redes - Cássio apanhou um valente susto pelo excesso de confiança.Os seus movimentos são também de grande inteligência quando a equipa está em duas situações: na segunda fase de construção, em que, se for necessário, o avançado recua para junto dos médios para dar linhas de passe (como se via muitas vezes Jackson fazer); no momento da diagonal do extremo da linha para o meio, como aconteceu com Brahimi, ao minuto 23, no qual André saiu da marcação para tabelar com o argelino e deixá-lo em posição privilegiada.
Depois, há toda a questão da procura de espaços dentro da área para finalizar e isso, mais do que neste desafio, tem-se visto com frequência nos jogos mais recente do avançado. Fica, por agora, a faltar a finalização (talvez o mais importante). Ainda assim, com todos os outros ingredientes condimentados, André Silva perfila-se como uma opção válida para a equipa azul e branca.
1-3 | ||
Hélder Postiga 5' | Miguel Layún 20' (g.p.) Sérgio Oliveira 57' Silvestre Varela 87' |