Depois de se passar um período de três anos num clube, nos quais se conseguem três campeonatos (dois mais o que está para ser carimbado), uma (ou duas) taça nacional, uma Supertaça Europeia, um Mundial de Clubes e três meias-finais da Liga dos Campeões, há algum fundamento para se falar de fracasso?
A resposta nunca pode ser «sim». Hegemonia nacional é a base desejável para uma avaliação minimamente positiva num clube de topo. Essa tem que existir e, nisso, Guardiola fez o que lhe competia - que era, no fundo, dar continuidade.
Numa espécie de (boa) vingança, o experiente alemão (que chegou a passar pelo Benfica) limpou o rival Borussia Dortmund e deixou bem explícita uma verdade: era impossível Guardiola fazer melhor.
Só que Pep, que surpreendeu pelo fluente alemão que soltou na conferência de imprensa de apresentação, não se atemorizou. Tinha dois claros objetivos: «Como treinador sempre convivi com grande pressão. Isso é claro para mim, estou consciente da pressão e aceito esse grande desafio. Quando se chega ao Bayern, já se sabe o que nos espera. Tem de se jogar bem sempre, ganhar sempre», dizia.
Pep Guardiola 38 títulos oficiais |
E não fez porque os compatriotas de Guardiola não deixaram. Primeiro foi o Real Madrid, depois o seu Barcelona, agora o Atlético. Sempre nas meias-finais, um contínuo falhar daquilo que Heynckes tinha conseguido após ter sido chutado.
A «história de amor», como lhe chamou Rummenigge na chegada do técnico, não deu em casamento perfeito precisamente por isso. Houve sempre, no Allianz Arena, uma espécie de fantasma a assombrar o último passo europeu. Portanto, o assunto ficou incompleto.
Pep Guardiola Bayern München Total |
O desejo é, pois, que o sucesso europeu regresse, agora sem o seu contributo. Num ato de humildade, um dos homens do tiki-taka disse assim: «Espero que possam vencer a Champions no futuro e que, com Ancelotti, deem o salto que não foi possível nestes três anos».
A questão, para Guardiola, é agora outra: será que, na sua já oficializada ida para o Ethiad, não terá um novo fantasma a assombrá-lo? É que, pelo que o City de Pellegrini anda a fazer nesta Champions...
#BAYxATL: Bayern foi eliminado nas meias-finais pela 3.ª época consecutiva, sempre contra adversários espanhóis. #playmaker #UCL
— playmakerstats (@playmaker_PT) 3 de maio de 2016