No espaço "Na Memória" do zerozero, esta semana, puxamos a fita do filme futebol atrás e vamos parar à temporada 2000/01, a um jogo do Boavista em Alvalade.
Era novembro do ano 2000 e a cidade Invicta ia-se preparando para ser Capital Europeia da Cultura do ano seguinte. Enquanto o Porto, cidade, vestia o 'fato de gala' para a festa da cultura, na zona da Boavista uma equipa vestia o 'fato de trabalho' para um título que os meses seguintes acabaram por confirmar.
A equipa das camisolas axadrezadas chegava a Alvalade a três pontos do Sporting e a seis do FC Porto. E depois de um triunfo categórico por 4x1 sobre o Vitória de Guimarães. O aviso estava dado para Augusto Inácio, na altura timoneiro verde e branco.
Jaime Pacheco, técnico boavisteiro à época, não tinha uma peça fundamental para o duelo do Estádio José Alvalade. Petit era a 'formiguinha' de trabalho daquele meio-campo mas tinha visto dois amarelos no jogo anterior e o respetivo vermelho. Pacheco mudou a sua estratégia e apareceu em Alvalade sem um ponta de lança, tendo colocado dois avançados mais móveis: Martelinho e Duda.
Naquele domingo de 19 de novembro, os que foram ao palco verde e branco esperavam que João Vieira Pinto e Acosta fossem capazes de criar problemas a um jovem guarda-redes que começava a fixar-se no clube nortenho (Ricardo). As equipas prometiam muito, os adeptos de ambas as partes esperavam um jogo com muitos golos. Puro engano. Mas puro mesmo.
A verdade é que o rapaz do Montijo travou tudo - e não foi assim tanto - que lhe apareceu pela frente. Nem mesmo de livre, com o pontapé canhão de André Cruz, o Sporting lá foi. Aquele Sporting que no começo desse jogo ainda prometeu muito mas depois deixou-se apanhar na 'teia tática' dos rapazes de Jaime Pacheco.
Também podemos dizer que Inácio demorou muito a mexer e a tentar dar dinâmica ao jogo verde e branco. Verdade. A entrada de Pavel Horváth, depois da hora de jogo, pouco ou nada acrescentou. O Boavista sabia 'direitinho' o que fazer. A estratégia passava por defender bem e atacar quando fosse possível. A responsabilidade do jogo era maior do lado do Sporting, equipa que pouco fez para alterar um jogo com duas equipas encaixadas e de fortes marcações.
O resultado final foi um nulo que, naturalmente, agradou mais a boavisteiros do que aos leões, que defendiam o título conquistado na época anterior. Quando Lucílio Baptista apitou para o final, os adeptos foram para casa com uma sensação de que podiam ter visto bem mais. Por isso, bem puderam agradecer ao árbitro para colocar um ponto final no jogo que ficou para a história por prometer tanto e ter sido tão sonolento.
2-0 | ||
Ewerton 37' Bryan Ruiz 45' |