O jovem com idade de juvenil que integrou a formação dos juniores. Os treinos de musculação e a falta de jeito, na altura, para jogar de cabeça. Cristiano Ronaldo era a promessa e na formação deixou uma certeza: chegar ao topo.
Em dia de aniversário, nada melhor do que recordar a formação de Ronaldo, enquanto jogador, com quem trabalhou diretamente com ele. Aos 16 anos, Ronaldo passou para a equipa de juniores do Sporting, na qual João Couto era o treinador.
«Ele evidenciava muita qualidade. Tinha sido integrado nos juniores com idade de juvenil. Nesse ano, cresceu bastante e consolidou-se em termos musculares o que também o ajudou muito», contou João Couto, em entrevista ao zerozero.pt.
«Já nessa altura ele era muito focado e ambicioso. Tinha uma grande dimensão psicológica. Sempre sonhou em grande e trabalhou para isso. Ele é um bicho de competição. Geneticamente é muito forte e teve a sorte de ser integrado num projeto muito bom».
A facilidade com que Cristiano Ronaldo colocava a bola onde queria é recordado por quem o viu jogar e crescer ao longo dos anos. Contudo, o à vontade com os pés permitia fazer o que não fazia com a cabeça.
«Ele não gostava de jogar de cabeça. Ele dizia-me: "Não mister, eu sou mau a jogar de cabeça". Eu dizia-lhe que com a altura dele tinha de jogar obrigatoriamente com a cabeça. Que quando estivesse no topo podia resolver e antecipar-se com a altura. Ele não gostava nada, porque tinha uma grande capacidade com os pés. Hoje em dia, joga bastante bem de cabeça e marca vários golos assim. Cresceu e entendeu que tinha de o fazer», recordou.
«Ele treinava acima da média, mais do que recomendado para a idade dele. O Cristiano fazia musculação comigo e com o mister Boloni e partilhava várias vezes a vontade de treinar mais e melhor», contou o técnico leonino.
Para quem o acompanhava, o desejo de se tornar o melhor jogador do mundo não era nada que não estivesse bem traçado na vida de Cristiano Ronaldo. Desde cedo que partilhava a ambição para a qual trabalhava diariamente.
«Ele dizia algumas vezes que queria ser o melhor do mundo. Perspetivava uma carreira de sucesso, quando jogava queria fazê-lo bem. Ele era um miúdo que já sabia qual era o caminho».
A intensidade com que trabalhava fazia os treinadores terem receio de uma possível lesão. «Ele treinava sempre mais e mais e tínhamos medo que pudesse surgir uma lesão. Mas a verdade é que nunca aconteceu, ele é muito forte e aguentou tudo sem nunca se lesionar.»