moumu 26-04-2024, 03:12
O presidente do Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol, Vítor Pereira, conversou com o Record sobre os temas mais atuais do futebol português relacionados com os homens do apito.
«Queríamos a perfeição mas não existe. Olhando para o processo e a para a intensidade com que está a ser jogada a competição, posso dizer que os jovens de primeira época estão dentro das expectativas, se não mesmo a excedê-las, os dois jovens internacionais estão a ser já lançados para jogos onde têm mostrado competência. Mas gostava de dizer o seguinte: quando um treinador lança um jovem jogador, é corajoso. Quando o Conselho de Arbitragem lança jovens árbitros, 'aqui d'el rei'!», explicou o dirigente e ex-árbitro.
Vítor Pereira falou também sobre os alegados vouchers que os árbitros recebem.
«É uma matéria que deixo para as entidades competentes, porque extrapola a competência do Conselho de Arbitragem. Não acredito que algum árbitro se sinta incomodado, coagido, ou que numa próxima arbitragem possa beneficiar ou prejudicar por ter recebido ou não. Se me perguntar se os árbitros gostaram de receber a camisola do Eusébio, acredito que sim. Eu não tenho essa camisola mas arbitrei a festa de homenagem ao Eusébio. Ter arbitrado essa festa foi um momento importante da minha carreira. É uma coisa normal e agora devem ser as instâncias devidas a decidir se tais ofertas saem dos padrões normais. O objetivo é que não se repitam estes ruídos e que as pessoas possam sentir-se tranquilas a dar e a receber», confessou nesta entrevista ao Record.
A publicação das notas dos árbitros na comunicação social tem sido também um dos temas em debate nos últimos tempos. Vítor Pereira disse o que pensa sobre este assunto.
«Nem eu nem os quatro membros da secção profissional temos conhecimento das notas dos árbitros. Recebemos indicações, em alguns casos, sobre se o árbitro esteve acima ou abaixo do que é considerada nota mínima. Mas do grau de dificuldade, da nota ou da classificação, continuamos a não ter conhecimento», referiu., dizendo que espera que «a Procuradoria-Geral da República responda ao pedido que foi feito no sentido de clarificar se podem os membros que nomeiam os árbitros ter acesso às notas e aos relatórios. Enquanto isso não acontecer, sentimos alguns constrangimentos, porque devíamos ter mais informações.»