Na segunda divisão do futebol israelita há um português em busca do protagonismo que já procurou anteriormente em Portugal, mas também em Inglaterra e no Chipre. Bruno Luz, de 26 anos, está a cumprir os primeiros meses ao serviço do Hapoel Jerusalem e nesta altura recusa-se a fazer planos a longo prazo.
«Não faço planos a longo prazo para não me desiludir como no passado. Pretendo apenas realizar a melhor época possível e ajudar a equipa a cumprir os objetivos», afirmou, ao zerozero.pt, o extremo que diz ser «rápido, forte no um contra um» e ter «uma boa leitura de jogo».
O percurso futebolístico, esse, começou em Setúbal, ao serviço do Vitória. «Comecei lá aos oito anos e fui jogando em todos os escalões até aos 14 anos». Foi nessa altura, apesar da tenra idade, que se mudou para o futebol inglês. «Ingressei no Fulham para fazer parte da formação, num programa chamado Youth Training Scholarship e que é muito comum para jogadores jovens no sistema inglês», conta Bruno Luz, que na idade júnior voltou a Portugal.
Do Queens Park Rangers, Bruno Luz mudou-se para o Portsmouth, onde não jogou e teve a última experiência no futebol inglês. «Acabei o contrato com o Queens Park Rangers com 20 anos e o Portsmouth interessou-se por mim. Cheguei a assinar por três temporadas e fiquei lá seis meses mas sem poder jogar porque o clube tinha um embargo de transferências. Fiquei triste e perante as propostas que recebi da Grécia e do Chipre, decidi mudar-me para o Chipre», lembra. No futebol cipriota, Bruno Luz estava a ter uma boa experiência até aparecer uma nova lesão.
«Assinei por dois anos com o Apollon Limassol. Foi uma experiência muito positiva. Havia tantos portugueses que me senti em casa. No final da primeira época fui emprestado ao Ermis Aradippou. Acabei por assinar em definitivo e subimos de divisão. Comecei a pré-temporada na Primeira Liga, mas lesionei-me e fui emprestado ao Paeek [emblema de um escalão inferior]».
«Farto do Chipre», Bruno Luz decidiu tentar o regresso a Portugal, mas as coisas não correram bem. Em 2013, a Naval, a militar no Campeonato Nacional de Seniores, foi o clube que lhe abriu as portas para regressar ao futebol português. Mas as coisas não correram bem. «A Naval estava numa situação complicadíssima, mas abriu-me as portas. Contudo, houve um equívoco na federação cipriota, o meu contrato com a Naval ficou inválido e acabei por estar cinco meses sem jogar, o que me complicou imenso a vida».
«Está a ser uma experiência fantástica. Tenho a possibilidade e a felicidade de me sentir profissional de novo e de fazê-lo com todas as condições possíveis», admite, acrescentando que é com esse estatuto de futebolista profissional que gostaria de ter a primeira experiência no futebol sénior em Portugal.
«O meu objetivo já passou por jogar em Portugal, mas neste momento vou para onde me possa sentir feliz. O Vitória de Setúbal é um clube pelo qual terei sempre um carinho especial porque viu-me crescer para o futebol. Mas de todos que representei tenho que agradecer ao Queens Park Rangers, em especial ao mister Joe Gallen [seu treinador nas reservas do clube londrino] e ao Ian Holloway, que me ajudaram imenso», termina.